CAMINITO


Entre o impressionismo e o fauvismo:

 Ela vivia em processo de Gestalt. Ao olhar-se, procurava dar forma a si mesma, para então reconstruir-se. Desconstruir-se. Vivia a psicologia da forma, embora fosse uma massa disforme. Uma mulher repleta de si mesma sem ser ensimesmada. Ela era o alimento que se leva a boca na hora da fome. Mas também parecia-se com fastio. Era mulher que não pedia nada a Deus, pois sabia que o Criador às vezes dá aos idiotas mais do que eles podem consumir, só para vê-los diante de si mesmos, perguntando-se: “O que fazer com o desfastio?” Ela era um tanto de todos sem se parecer com nenhum. Havia nela um pouco de Paul Cézanne, Gustave Flaubert, Edward Estlin Cummings, Pablo Picasso, Henri Matisse, George Braques, André Derain, Juan Gris, Guillaume Apollinaire, Francis Picabia, Ezra Pound, Thomas Stearns Eliot, Ernest Hemingway, James Joyce, deles, delas, e de tantos outros, além de mim e de ti. Ela era assim… um emaranhado de gente: maleável como ferro retorcido.

Ao ler “A Autobiografia de Alice B. Toklas”, de Gertrude Stein, ela que era a vanguarda em pessoa, adotou a Arte como modo de vida. Estava mais para um poema de quatorze versos com forma fixa do que para uma coletânea de fatos históricos. Ela era o aporema.


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