BLUE EARTH




Quando Neil Armstrong nos contou que a Terra é azul, algo deveria ter mudado dentro de nós. Pois azul é a cor do céu. Azul é o manto de Maria: mãe de Jesus. Azul também é a cor do mar. Foi preciso que alguém saísse do planeta para nos dizer que somos azuis. Porque daqui de dentro não nos enxergamos lá fora. Aí veio o Neil, e nos trouxe importado da Lua, algo de nós que não conhecíamos. 

Sim, senhoras e senhores: a Terra é azul. E viver no mundo azul, embora seja lindo, não tem sido nada cor-de-rosa. Viver em um planeta azul deveria ser alegre como quem vê passarinho-verde. Mas não é. Não é, porque nos esquecemos de olhar o outro, como um pedacinho de Deus. Não olhamos o nosso semelhante da maneira correta. Quando vemos alguém, que como nós é filho do Criador, e por conseguinte, é nossa imagem e semelhança, já que somos todos irmãos, não vemos nele a face do Pai. Apega-mo-nos intrinsecamente ao dinheiro e fizemos dele o nosso deus com pés de barro. Aí a História da Humanidade na Terra tornou-se “A Comédia dos Erros”. Alicerçamos a nossa felicidade em bases nada sólidas. Somos castelos construídos em areia movediça.

Por isso quando se diz, “dinheiro não traz felicidade”, é porque pessoas infelizes, por si só, não têm nenhuma filosofia de vida. Logo, na maioria das vezes, o dinheiro é o caminho da perdição. Vide que muita gente que é endinheirada, trata o seu irmão como um objeto abjeto. Aquele que tem muito pouco, ou quase nada, é considerado um estorvo: uma dor de cabeça, uma pedra no sapato, um inseto que deve ser exterminado. E como bem sabemos, onde não há amor, fica muito difícil praticar a caridade. Porque a caridade é irmã da humildade. O egoísmo afasta toda e qualquer forma de amar. O orgulho é o que nos assola da sola dos pés à raiz dos cabelos.

Quando olhamos para dentro de nós, e só enxergamos escuridão, aquilo que o nosso Neil Armstrong nos disse lá atrás, perde todo sentido. O que nos importa saber que o nosso planeta é azul, se enxergamos a vida sem nenhuma cor? E nesse nosso mundinho em preto e branco: a maldade impera. Quando abrimos o jornal, ou ligamos a TV, só vemos catástrofe. Torna-mo-nos um povo medíocre. Um povo que habita a Terra comportando-se como uma praga. Já destruímos tanta coisa do tal planeta azul, que é de se abismar, que ainda estejamos vivos. Mas como bem sabemos, o nosso Deus não é vingativo. Não está nos planos da Espiritualidade Maior exterminar-nos. Até porque somos Espíritos Imortais. Embora sejamos crianças malcriadas que insistem em não se comportarem bem, a Providência Divina nos acompanha de perto. Somos animais ferozes vestindo terno e gravata. Bestas humanas que usam roupas de grife para ocultar o miserável que existe em cada um de nós. Miseráveis, sim. Miseráveis e incapazes. Todos e cada um. O ser humano mata rindo. O ser humano tem fome de vingança. O ser humano humilha como quem troca de roupa. O ser humano faz qualquer coisa por dinheiro. O ser humano mata e morre por poder. O ser humano é mau. O ser humano é incapaz de perceber que a Terra, e tudo que há nela, é seu irmão. Ou seja: o planeta azul, e tudo que há nele, é a imagem e semelhança de Deus. Por isso digo que o ser humano é mau. Sei que essas colocações podem ser vistas como absurdas. Ainda mais por aqueles que praticam o bem sem olhar a quem. Verdade. Mas acontece que somos todos farinha do mesmo saco: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. Somos permissivos. Não nos colocamos de frente com relação a nada. Não tomamos uma posição na vida. Somos seres em cima do muro. Nem votar sabemos. Política para nós é meia dúzia de falastrões, prometendo mudar o mundo com uma varinha de condão. Escolhemos candidatos errados, corruptos, infiéis ao povo que representam. Porque o tal do dinheiro, àquele que tornou-se o nosso deus, justifica tudo. Por isso muitos morrem. Por isso outros tantos matam.


Quando Neil Armstrong nos contou que a Terra é azul, algo deveria ter mudado dentro de nós. Mas nada mudou. Paramos um segundo para observar, não a Terra; mas a Lua, e seguimos as nossas vidas: mentindo, matando, roubando. É como se a Terra fosse um planeta que só é lindo visto de cima: como uma cidade feia, como uma casa velha, como coisa que é dita da boca para fora, como político em véspera de eleição, como um beco sem saída, como uma favela.


Agora entendo porque Edwin Aldrin, o “Buzz”, companheiro de Neil Armstrong naquele fatídico 2 de julho de 1969, assim que pisou na Lua, sentiu vontade de  urinar. Elementar, meus caros: antes tivesse feito o número 2 em nossas cabeças.


O segundo homem a pisar na Lua, intuitivamente, quase fez a coisa certa.










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