QUANTO AO TEMPO




Fragmentos da vida.


Encontros e Desencontros:


CENA 1:

–  Oi, tudo bem? Você vem sempre aqui?

– Venho, sim. Eu trabalho aqui.

– Garçonete?!

– É... garçonete.

– Que tal se a gente desse uma volta qualquer hora dessas?

– Eu ia adorar. Anota o meu telefone:

– 9502-9799

– nove, cinco, zero, dois, nove, sete, nove, nove?

– Isso. Deixa eu ir lá... Tenho que servir às mesas. Tchau!

– Tchau!

CENA2:

– Você acha mesmo que vou a um encontro com alguém que me convida para sair através de uma mensagem de celular?! Nem SMS nem e-mail... Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Ainda mais um encontro às cegas, no meio do nada com coisa alguma... Nascer da lua no Arpoador?! Eu lá sou mulher de Arpoador, meu filho? Você deve achar que é a última bolacha do pacote. Estou sozinha, mas não estou matando cachorro a grito! Quer me convidar para sair, me convide. Mas faça direito. Já ouviu falar em cinema, barzinho ou shopping? As pessoas normais fazem isso, sabia?! Podia até ser planetário, Zoo ou parque de diversões... Mas nada com coisa alguma é demais para mim. Vê se cresce! Quer saber... Não me procure mais.

CENA 3:

– Quer casar comigo?

FIM




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