TÁ ESCRITO



Ela é uma criança especial no melhor sentido da palavra. Tão doce que chega a me deixar com lágrimas nos olhos. Nunca vi alguém com tanto amor no coração. Fala coisas lindas, que emocionam mesmo quando estamos distraídos, e não damos a ela a devida atenção. Tem a força de um vendaval. Aliás, dentro daquele corpinho cheio de vida, deve ter a pujança de mil furacões. Agradeço a Deus todos os dias por tê-la me dado de presente. Viver debaixo do mesmo teto com um espírito assim; tão evoluído, é de certo; uma dádiva de Deus. E esta benção responde pelo nome de Carolina: a minha Carol. Carolzinha é o sol da minha estrada. É da geração chamada cristal. Dizem que pessoas como ela vieram das estrelas. Se é verdade, eu não sei. Mas confesso que é romântico e poético imaginá-la assim: uma estrelinha dourada. Minha filha abençoada deve mesmo ter vindo de algum lugar mágico. Conheço outras crianças que foram denominadas como índigo. Essas são especiais também. Possuem dentro de si uma energia tão grande, que a olhos vistos, percebe-se que vieram ao planeta Terra para mudar a nossa forma de pensar. Em uma sociedade em que o dinheiro dita os relacionamentos humanos, onde a aparência vale mais que a essência, a cor da pele é sinônimo de caráter, princípios ético-morais são jogados no lixo, e a beleza exterior abre todas as portas; saber que existe em algum cantinho para lá das nebulosas, um lugar onde o que se valoriza é a qualidade do Espírito que se nos apresenta, é um refrigério para a alma.

Meu cristal de açúcar é assim: alguém que enriquece o que a gente tem por dentro. Do alto dos seus cinco aninhos, ela fala coisas que eu, do alto dos meus sei lá quantos anos, jamais concatenei. Ela parece uma adulto em miniatura. Aquele espírito compactado naquele corpo em crescimento, parece ter dado vida a uma boneca falante. Ainda ontem ela veio com um assunto que me deixou novamente com lágrimas nos olhos. Minha esposa e eu conversávamos sobre o fato da violência urbano fazer das nossas vidas um verdadeiro transtorno. Aí como quem não quer nada, ela olhou-nos nos olhos, e disse: “Vocês estão em pânico à toa. Não devem acreditar em tudo que veem na TV. Não deixem o mundo mal fazer morada em nosso lar. Esta casa é o Templo de Deus. Aqui a Divindade deve habitar em toda a sua plenitude. Nós somos os representantes do Pai Celestial na Terra, sabiam? A humanidade inteira tem esse Dom: fe-li-ci-da-de. Há Deus em nós como há estrelas no céu. Portanto, papai e mamãe, pratiquem o ‘orai e vigiai’ e nada de ruim irá lhes acontecer. E quando quiserem saber se estão certos ou errados, lembrem-se: Fora da caridade não há salvação”. 


Assim mesmo, com essas palavras, ela tirou-nos o nó da garganta. Choramos aliviados... Era a primeira vez que dava-mo-nos conta de que aquele pedacinho de gente estava ali para nos proteger de nós mesmos. O horror que fique lá fora! Aqui dentro seremos sempre a família de Deus: sóbrios, protegidos, abençoados. Graças a nossa filha, compreendemos que quando abrirmos as portas do nosso lar para o mundo, quando colocarmos os nossos pés para fora dos limites do nosso Templo, seremos fiéis a nós mesmos e a esse Deus que tanto nos abençoa. Comportaremo-nos lá fora, da mesma forma que comportamo-nos aqui dentro: com dignidade. Levaremos a caridade até a mais última das consequências. Porque como bem disse o Cristo: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma, e de todo o vosso espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que lhe é semelhante: Amareis ao vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos”.          


Assim seja!     


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