DONA DA MINHA CABEÇA





Eu tenho uma estrada que me leva ao longe toda vez que grito o teu nome. E o que sai da minha boca, é uma coisa louca, porque vem do coração. Eu, que sempre busquei a retidão, que sempre trilhei o caminho do meio, agora me vejo numa bifurcação. Não sei se amo ou desamo. Não sei se humano ou desumano. Não sei se canso ou descanso. Às vezes acho que o amor caiu em desuso. Às vezes penso que a delicadeza morreu. Aí acendo uma vela para mim mesmo, faço uma oração, e despejo o que sobra de mim no altar. Os meus “eus” são tantos, e são muitos, que se perdem entre mil assuntos, desaparecem; somem dentro de mim. Somem-se a isso o meu lamento. Acrescentem aí a minha desesperança. Tenho recheio de bolo. Tenho receio de mim.   

Embora sejas a causadora da minha enxaqueca, sem ti, eu seria um homem mal: daqueles que chutam cachorro morto. Daqueles que cospem no prato que comem. Daqueles que não acreditam em Deus. 




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