SENHORA LIBERDADE






“Como Lhes Aprouver” era um espetáculo circense que encenava a vida de um duque francês: sua alegria, seu infortúnio, sua poesia, sua dor. Ao invés de trapezista, mágico, mulher barbada, domador de leão, tínhamos atores. Ali éramos a “Trupe de Palhaços Le Gran”. A dona da Cia, Madame Lafayette, tivera a ideia de encenar as peças de Shakespeare no picadeiro, fazendo da lona do circo: o teto do nosso teatro. Eu era conhecido como “O Palhaço Ventania”: aquele que tinha os olhos rasos d’água. Para dar vida ao bufão, maquiava uma lágrima saindo do canto esquerdo do olho direito, para externar o lado difuso da alma. Madame Lafayette ensinou-nos que o palhaço não é um personagem. Ele existe dentro e fora da gente. Para encontrá-lo é preciso jogar-se nas profundezas do espírito e sair de lá com o corpo em chamas. O palhaço somos nós mesmos, vistos com uma lupa do tamanho do mundo. Se fazemos rir, enquanto choramos,  é porque a nossa alegria nasce no limite da dor. Por isso tiramos coelho da cartola, enquanto sangramos por dentro. O palhaço pode ser qualquer um: homem, mulher, cavalo, rinoceronte. Pode ser dia. Pode ser noite. Pode ser carinho. Pode ser açoite. Pode ser primavera, verão, outono ou inverno. Pode ser mau. Pode ser terno. Só não pode perder-se no pior de si mesmo. Não pode crescer a esmo. Não pode viver sem alma. Por isso, encarnados no operário da Arte que somos, fazemos da labuta diária, o nosso esteio. Só sabemos fazer isso. Coloquem-nos uma enxada na mão, e mal poderemos arar a terra. Contudo, se trouxerem-nos um livro de poesia, decoraremos com afinco, porque nascemos com o espírito sedento de literatura. Só sabemos viver com o sentimento à flor da pele. Somos a alma exposta à uma lente de aumento. Se o dente dói, dizemos: ai! Se a guerra vem: pedimos paz. Se a morte chega: lembramos que a vida é eterna. E se o pássaro canta, corremos para o colo de Gonçalves Dias, e susurramos no seu ouvido, a nossa “Canção do Exílio”: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves, que aqui corjeiam, não corjeiam como lá”. Seja Fernando Pessoa ou Luís de Camões, seja John Keats ou John Donne, seja Chrétien de Troyes ou Paul Claudel, seja Dante Alighieri ou Tommaso Ceva, seja Heinrich Heine ou Goethe, seja Jorge Luis Borges ou Alvaro Yunque, seja Li Po ou Li Mi-An, seja Nukata no Ōkimi ou Kakinomoto Hitomaro, seja Beto Van-Dúnem ou Joaquim Cândido Furtado, seja Edgard Allan Poe ou Walt Whitman, seja José Agustín Quintero ou Gabriel de la Concepción Valdés, seja Vladimir Maiakóvski ou Alexander Sergueievitch Pushkin, seja Mario Benedetti ou Líber Falco, seja Alberto Ángel Montoya ou Guillermo Valencia, seja Vallatol Narayana Menon ou Rabindranath Tagore, seja Machado de Assis ou Olavo Bilac, a poesia aguça o paladar de nossas almas, do princípio ao fim. Literatura é assim: cinco minutos ao seu lado, é o mesmo que passar a eternidade no paraíso. Por isso amamos William Shakespeare. Ele nos dá a medida exata do que somos, ao abrir a janela da alma para o que ainda não somos. Deste modo, aprendemos a nos conhecer por dentro. E eu, que era solidão e lamento, aprendi a ser afago e celebração.

Nos primeiros dias da apresentação de “Como Lhes Aprouver”, o público apaixonara-se tão sofregamente por nosso espetáculo, que voltava diariamente a presentear-nos com a sua presença. A fidelidade de nossa dedicada audiência, emocionáva-nos profundamente. Tanto que, dia após dia, fazíamos com que a  representação fosse dígna de Shakespeare a nossa frente. Eu fazia o papel do duque da França. Ele havia sido destituído do cargo, de senhor de um dos ducados franceses, e expulso da província por seu irmão, Frederico, o duque usurpador. Como era um homem bom, amado pelo povo, fora acompanhado por seu fiéis amigos, que seguiram com ele para o exílio na floresta de Arden. Como ficava fora dos domínios do duque usurpador, a floresta de Arden era o lugar perfeita para homens expatriados viverem em paz. Ali encontraram todo o conforto que a natureza propicia, quando o objetivo da alma humana, é encontrar-se com Deus. Ali oravam, estudavam filosofia, educavam o corpo e a alma, preparando um tesouro tão grande para o espírito quanto para o coração. Sabiam que a riqueza que se leva da vida são as boas ações e a soberania com que ela nos preenhe a alma. Assim, o homem bom que habita a Terra, terá a bondade em pessoa a servi-lhe o espírito quando mudar-se para o céu. E mesmo passando por duras penas em vista das adversidades, que de um modo ou de outro parecem acometer os homens de bem, como que para testá-los, conservam a esperança na alma e a caridade ao alcance das mãos. Assim, o duque e seus fiéis seguidores, encontraram na floresta de Arden, o ninho onde puderam apoiar as suas almas doridas, pelo cansaço da agonia e da dor. Portanto, sabiam que nem a maldade do duque usurpador ou qualquer outro mal desse mundo, iria impedí-los de serem felizes. A felicidade está dentro da gente. Vive em nós como um animal acoado, se somos incapazes de dar-lhe guarida. Contudo, se compreendemos que somos filhos de um Deus soberanamente justo e bom, chegamos a conclusão que um pai nunca abandona seus herdeiros. Estavam temporariamente desligados do mundo que conheciam, mas isso não significava que não tivessem a proteção divina. Toda vez que algo ruim nos acontece, logo contestamos o poder de Deus. Achamo-nos os protegidos do Pai, mas ao menor sinal de desgraça, logo o atacamos com a nossa fúria. Vemos Deus como se Ele fosse o nosso prestador de serviços. Um pajem imaturo a quem mandamos para cá e para lá, ordenando que faça todo tipo de sandices. Esquecemos que somos as criaturas e não o Criador. Só Ele sabe das nossas necessidades. Ele enxerga o ontem, o hoje e o amanhã de nossas almas, enquanto sob nossa miopia, mal podemos ver o presente sem desfocar a visão. Obilidamos o poder da providência divina e aí caímos no abismo que cavamos em nossas almas. Entretanto, o bom duque e seus homens, sabiam enxergar a presença de Deus em tudo. Portanto, não passaram um só dia, desamparados de si mesmos. Eram a ponte que os unia a Deus. Pois sabiam que paz de espírito é algo que se carrega no espírito. E iam um pouco mais além: entendiam que não existe um caminho seguro para a paz: a paz é o caminho seguro. A paz não é o destino de nossas almas, mas a estrada que nos leva de volta ao melhor de nós mesmos. Por isso todo e qualquer sofrimento é passageiro: seja ele mal de amor, saúde fraca, problema financeiro, dificuldade profissional, descaso, solidão.

Por pensar assim, o duque e seus amigos, sobreviveram a si mesmos, enchendo-se de amor quando a esperança partia, inflando-se de coragem quando a cruz machucava-lhes o ombro, e procurando na prece, o equilíbrio que os manteria vivos, até que pudessem voltar do exílio e ocupar na Corte os seus antigos postos. Enquanto este dia não chegava, seguiam vivendo. O duque por sua vez, longe do conforto do palácio, sabia que quem foi rei nunca perde a majestade. Aquele período era só uma fase, e mesmo que esta durasse uma vida inteira, não seria isso que iria derrubá-lo. Sendo assim, o que para um homem que ignora os desígnios de Deus, pareceria uma condenação ou um castigo, para o nosso duque era uma benção divina.

Quando fora deposto do poder, o duque deixara para trás a filha, de nome Rosalinda, a quem seu irmão tomara como refém. Era uma forma de machucar ainda mais o destroçado coração do duque. Rosalinda cresceu longe do pai, e agora moça feita, sonhava com o dia que iria reencontrá-lo. Não recordava-se das feições do pai, e só de ouvir falar, lembrava-se dele. Tinha pouco mais de dois anos quando o pai se fora, e agora aurida pelas bençãos da juventude, tornara-se a mais linda das almas. Graças a dedicação de sua prima Célia, filha do duque usurpador, Rosalinda tinha dias, digamos, menos sofridos. Certo dia, estando estas a conversarem sobre as vicissitudes da vida, eis que entra em seus aposentos, um enviado do duque usurpador, e convida-as para assistirem um duelo. As duas aceitam o convite e partem para o pátio externo do palácio, a fim de assistirem ao sangrento combate. Chegando lá, percebem que a luta é entre um exímio espadachim, que já havia matado vários homens, e um jovem rapaz, menino de todo. Achando aquilo um absurdo, ainda mais porque o rapaz mal sabia majenar um punhal, que dirá uma espada, correrram ao seu encontro, tentando disuadí-lo a desistir da briga. “Lutar nessas codições é pior que suicídio” – disse Rosalinda. “Nada é pior que suicídio”, – retrucou Célia. “Acabar com a própria vida é o pior pecado que a um ser humano é dado cometer”. As moças desesperadas, tentavam em vão convencer o rapaz a ir embora antes que fosse tarde demais, enquanto este não prestava atenção numa só palavra das donzelas, mergulhado no oceano dos olhos de Rosalinda. Oceano este, de um azul tão azul, que o próprio mar sentiria-se desbotado se olhasse para ele. O rapaz não desiste da luta, contudo fora tão abençoado com a presença das moças, que vencera o seu oponente sem dificuldade. O duque usurpador ficou tão impressionado com a repentina abilidade do rapaz no manejo da espada, que ofereceu-se como seu protetor. Entretanto, como o mal é incapaz de fazer o bem, ao saber que o jovem chamava-se Orlando, e que é filho de Sir Rowland de Boys, que quando vivo, era um dos melhores amigos do duque deposto, retirou o pedido de proteção, e contrariado, abandonou o recinto. As moças por sua vez, encantadas com a coragem do rapaz, deram-lhe a devida atenção. Acabaram descobrindo que o jovem lutara daquela forma, porque pretendia sair morto daquele embate. Com a morte de Sir Rowland de Boys, sua vida tornara-se um mar de lágrimas. Oliver, o irmão do jovem, a quem o pai confiara a sorte do filho, odiava tanto o irmão, que não o educara nem o instruíra como seria correto. Orlando crescera com um baixíssimo amor próprio, acreditando que a espada do inimigo ao atravessar-lhe o ventre, acabaria com seu sofrimento. Sendo assim, viver ou morrer, dava no mesmo. As moças ficaram perplexas com a história do rapaz, e como que num impulso de amor, Rosalinda tira do pescoço um colar, e o dá de presente ao jovem, como um amuleto para a sua proteção. Em seguida, retiram-se, porque não é sensato donzelas da mais alta estirpe, ficarem trocando juras de amor sob o sol do meio-dia. As moças voltam para os seus aposentos, certas de que aquele jovem ficaria em paz.

O espetáculo segue conduzindo a platéia para o próximo ato. Neste, encontramo-nos no quarto das donzelas, que afagam a alma com a lembrança do bravo Orlando. Enquanto conversam, eis que entra nos aposentos, Duque Frederico, que irritado com a presença da sobrinha no palácio, ainda mais porque esta é amada pelos súditos como se fora o próprio duque, expulsa-a do palácio, ordenando que saia da província imeditamente. Célia tenta remover o pai da decisão, mas cai por terra. Decididas a permanecerem juntas, as moças fogem indo dar na floresta de Arlem. Longe da tirania de Frederico, as donzelas que se disfarçaram de componeses, Rosalinda assumindo a aparência de um belo rapaz de nome Ganimedes e Célia encarnando a personalidade de Aliene, desesperam-se ao perceberem que não conhecem nada além dos muros do palácio, que dirá os labirintos naturais da floresta de Arlem. As duas disfarçadas de irmãos, quando estão em vias de desmaiarem de fome, são ajudadas por um bondoso campônio, que as conduz para a casa de seu amo. Chegando na propriedade do pastor, o campônio revela que a casa está para ser vendida, restando a ele dar guaridas a Ganimedes e Aliene por breves instantes. Como as moças, agora sob nova identidade, haviam levado do palácio jóias e ouro, puderam comprar tudo que pertencia ao pastor. Agora em segurança, podiam alimentar-se e descansar um pouco, e logo que estivessem refeitas, iriam dar aso ao plano de encontrar o verdadeiro duque, e com ele viver.

Dias depois de as moças terem se refugiado em Arlem, Orlando fugido da fúria do irmão, que tenrara matá-lo, acaba por encontrar-se na mesma floresta que elas. Junto ao rapaz vinha Adão, um velho que servira Sir Rowland de Boys até a sua morte, e que ao saber dos planos de Oliver em atiar fogo nos aposentos do irmão enquanto este dormia, avisa-o e possibita-lhe a fuga, entregando a este, as economias de uma vida inteira. Unidos por este gesto de extrema caridade, afinal o velho salvara-lhe a vida e ainda por cima patrocinara-lhe o sustento, seguem para Arlem, em busca de local seguro para se abrigarem. Extremamente cansados e famintos, desesperam-se à sombra de uma árvore, sem saberem onde encontrar pouso para sua almas aflitas. Graças a providência divina, avistam o acampamento do duque deposto, e depois de um ato impensado da parte de Orlando, que planeja roubar a comida do acampamento, acaba sendo abençoado pela caridade do duque, que lhe dá alimento e guarida, assim como acolhe o velho Adão sob seu teto. Os dois ali ficam na companhia do duque e seus vassalos, certos de que estão em local seguro.

Passado algum tempo, Orlando encontra Rosalinda e Célia na floresta, mas não as reconhece, afinal as duas estão disfarçadas: Rosalinda agora é Ganimedes, e Célia, Aliene. O jovem logo faz amizade com os supostos irmãos e trava com ambos um largo diálogo. Ganimedes e Aliene, haviam visto escrito nas árvores da floresta de Arden, o nome de Rosalinda decorado com lindos sonetos. Depois de perguntarem-se quem poderia ter feito aquilo, acabaram descobrindo que Orlando, enamorado dos encantos da moça, compusera uma a uma, inúmeras poesias dedicadas a amada. Sem saber que o casal a sua frente se tratava das donzelas, Orlando conta-lhes o quanto vem sofrendo por amor à Rosalinda, e esta na pessoa de Ganimedes, promete passar-se por ela, com o intuito de fazê-lo ver o quão ridículo é um amor platônico. Orlando aceita, embora ache o plano fadado ao fracasso. Assim, os dois passam a encontrar-se todos os dias. Ganimedes finge ser Rosalinda (o que de fato é), e os dois passam a namorar.

Isso lembra-me a história de Riobaldo e Diadorim, de “Grande Sertão: Veredas”, de autoria do magistral escritor da literatura lusófana, o imortal João Guimarães Rosa. Como Orlando, Riobaldo não sabe que Diadorim é uma mulher. Os dois jagunços vivem uma história de amor, sem se atreverem a mergulhar um na alma do outro, porque a figura de dois homens juntos, era no mínimo, inadequada aos valores de então. E eis o nosso Orlando vivendo o mesmo amor por uma mulher que apresenta-se como homem, e que também o ama, caindo no fosso do inexplicável que diz que temos que ser fiéis ao que sentimos, mas quando somos homens e esbarramos com uma alma feminina no corpo de um homem, ou com uma alma masculina no corpo de uma mulher, não sabemos o que fazer. E como Shakespeare não seria o gênio que é, se não entendesse tão bem a alma humana, acaba encontrando uma saída para a relação, digamos, adequada para a época. Um final menos impactante que o do livro de Guimarães Rosa, de certo, e nem assim, mais modesto. Enfim, depois de semanas e mais semanas naquele chove não molha, Ganimedes revela ter poderes mágicos, com os quais seria capaz de materializar o espírito de Rosalinda à frente de Orlando, mesmo que a moça estivesse do outro lado do mundo. Orlando não acredita que isso seja possível, mas como coração é terreno que ninguém pisa, aceita o desafio.

Depois de algum tempo juntos, despedem-se, e partem cada um para a sua choupana. Quando voltava para o acampamento do duque, Orlando vê seu irmão prestes a ser enforcado por uma cobra, enquanto dormia. Ao livrar o irmão do perigo, avista uma leoa faminta, vindo na direção de Oliver. Desesperado, Orlando enfrenta a leoa, que quase o mata. Todavia, Oliver acorda e salva a vida do irmão. Que ironia do destino: Orlando salva a vida de Oliver e quase morre. Justo a vida do irmão que queria matá-lo atiando fogo em seu quarto. Em vista dos acontecimentos, os dois fazem as pazes. Na manhã seguinte, em  visita a Ganimedes e Aliene, Orlando chega na companhia de Oliver, no intuito de apresentá-lo aos amigos. Enquanto caminham, Orlando conta ao irmão que Ganimedes tem se passado por Rosalinda. Era um plano deste, para fazê-lo esquecer a amada. Oliver acha estranho um homem se passar por uma mulher para outro homem esquecê-la, mas não viu maldade nisso. Quando chegam a casa dos amigos, Oliver apaixona-se por Aliene, que retribui-lhe o sentimento. Movidos pelo amor à primeira vista, alimentam-se um da alma do outro. Enquanto isso, Ganimedes que prometera trazer Rosalinda à presença de Orlando, avisa que fará com que os dois se casem no dia seguinte. Ao perceber a alegria dos dois, e interando-se do que se tratava, Oliver pede a mão de Aliene em casamento. Tudo acertado, passemos à cena do casamento.

Na cena final, todos aguardam a chegada de Ganimedes e das moças. Aliene aparece e revela a sua verdadeira identidade. O tio a abraça, e quando este festeja o reencontro com Célia, Ganimedes revela ser ele Rosalinda. O casamento se concretiza, e enquanto todos comemoram as bodas, um enviado do duque usurpador encontra-os na floreta, e informa que o Duque Frederico, que havia ido até Arden com o propósito de matar o irmão, acabou por conhecer ali mesmo um heremita, que o iluminara. Agora, transformado num servo de Deus, abandonara seus planos de vingança, e iria devolver o ducado ao irmão. Frederico parte para um convento com o heremita, deixando a todos finalmente, livres da sua tirania.

O verdadeiro duque volta ao palácio, e devolve àqueles que o apoiaram, todos os seus bens.

Entre aplausos e assovios, o espetáculo chega ao fim, e o elenco, ovacionado, passa os próximos dias festejando. E eu, o Palhaço Ventania, devo confessar que àqueles foram os melhores dias da minha vida. Donde se conclui que o sentimento que que se tem, resume o que se é. Enquanto houver a pergunta, mesmo que eu não saiba a resposta, ainda assim, estarei cumprindo o meu papel. E mesmo sabendo que quem foi mordido de cobra tem medo de linguiça, e gato escaldado tem medo de água fria, hei de seguir vivendo. Porque a vida é o bem mais precioso que alguém pode ter.   



              
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