O ÚLTIMO DIA






Na hora da morte, ele achou que levaria seus sapatos de cromo alemão. Pensou até em levar uma garrafa de Don Perion. Escondeu mil e cem dólares no bolso do paletó, para subornar alguém lá no céu. O piano não coube no caixão de ouro. As jóias perderam-se no caminho. Na hora do sepultamento, a solidão era de arrasar. Ninguém fora ao seu enterro. O velório, que ficara às moscas, tinha mais gente que no cemitério. Era o coveiro e ele. Ele e o coveiro. E mais nada.   



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