O SILÊNCIO DOS CLONES




Ainda que eu salvasse a alma dos homens, sem o meu amor, eu não me amaria. E se caminhasse liberto de correntes, sem a minha liberdade, eu nada seria.






O vento branco em neve, cercado pelo verde-azul de um passado distante. A calmaria dos deuses e seus deuses. A flor que de tão viva parece artificial. E a perfeita harmonia de lençóis sobre corpos nús. A mente. O livro. A palavra. O raio que de tão sedutor derruba a árvore. E calado, arrisca um sorriso em nome da precisão. A criança cercada de brinquedos velhos, com avós a contar-lhe sonhos. Daquela árvore que deixou-se amar – o raio guarda muitas lembranças... Percebe que da sua amada nasceram filhos. Nasceram frutos. E daquele sisudo tronco que outrora fôra fértil – brotaram ervas, flores e esperanças.







Ainda que eu clamasse o perdão dos errados, sem me entender, eu não me perdoaria. Ainda que eu tocasse a magia com tempero, sem os meus milagres, eu nada mudaria.







A chuva rápida de verão e o interior quente como o sol. Vontade de correr e abraçar a primeira pessoa que encontrar. Mas não há ninguém. Então correr mais rápido ainda, tirar a roupa, tomar um banho... Descobrir os própios olhos a se olharem, e sorrir sussurrando para o espelho: Se eu fosse você, eu me abraçaria.







O doce compasso do Reggae e a voz de Bob Marley no computador. "No Woman no Cry". O céu mapeando o universo. E de certo, só temos no que acreditar, quando antes mesmo de nascer; nos reconhecemos. A fé e tudo o que é inesplicável. O posto ridículo. Utópico particular. O gosto pela sabedoria dos vivos. Naqueles que de tão sábios; postos ficaram.









O manto dos santos e a arte dos divinos. A emoção sem precedentes invadiando os olhos daqueles que não se limitaram. E amaram.







Ainda que eu voltasse a viver no ventre da minha mãe, sem admirá-la, eu não existiria. Ainda que o mundo deixasse de ser um mistério, sem a vida, ninguém o compreenderia.







































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