HOMEM NÃO CHORA


Papel social:

Lendo  o texto “Como se constroi o machão”, de Regina Navarro Lins, dei-me conta do quanto somos moldados para sermos aquilo que a sociedade espera de nós. Tanto homens quanto mulheres, atores sociais que são, interpretam o papel em que a identidade de gênero vem antes de qualquer coisa. Expressões como “homem não chora”, “qual seu time de futebol?”, “apanhou, bateu”; e tantas outras, povoam o universo masculino. Homem é educado para ser forte, para reprimir seus bons sentimentos, para ser provedor. Mulheres são educadas para serem obedientes, cordiais, submissas. Desde pequenas, as mulheres são incentivadas à maternidade. E os homens a serem mulherengos. Ou seja, às mulheres ensinam a esperarem o “príncipe encantado”; e que de preferência, este venha montado em um cavalo branco. Aos homens, a namorarem todas as mulheres do reino. Por isso alguns relacionamentos não dão certo. Mulheres são impelidas a buscarem a qualidade. Enquanto os homens, a quantidade. Homens são casadores. Mulheres, donas de casa. É um carretel de preconceitos e convenções sociais, que prendem o ser humano em um emaranhado de intolerância. Como bem sabemos, as mulheres são tão capazes quanto os homens. Como bem sabemos, os homens são tão emotivos quanto as mulheres. O erro é que os homens são convencidos de que sensibilidade é fraqueza. E tanto o homem quanto a mulher esperam que cada um cumpra o seu papel social. Mas esquecem que seres humanos erram, choram, sentem fome e sede, têm dor de barriga, e algumas vezes, precisam de colo. Eu sou o tipo de homem que chora e pede socorro. Eu também sou o provedor, o protetor: o sapo que sonha em ser príncipe encantado e que não tem vergonha de dizer “eu te amo”. Acredito em relacionamento monogâmico, em parceria entre o casal, em amor à primeira vista. Eu gosto de mulher… para namorar, para casar, para ser minha amiga e mãe dos meus filhos. Porque homem que é homem chora, troca fralda, manda flores, ajuda a lavar a louça e a varrer a casa. Pois o que importa é somar e não subtrair. O importante é multiplicar ao invés de dividir. Sim, represento o papel social ao qual fui educado a seguir. Mas não esqueço que sou mais do que isso. Eu sou humano. 

  
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