COISINHA DO PAI
Correlação de sentimentos:
O que faz um
pai ser um pai? Ser presente. Não apenas, e tão-somente, estar perto
geograficamente. Pois há pais que trabalham muito, moram em outra cidade,
estado ou país. No entanto, a distância não os impede de ser presentes.
Enquanto há pais que moram com os filhos e são ausentes. Há mães que são pais. Há pais que são mães. Outros tios,
tias, avôs e avós. Há pais que são a namorada da mãe e há pais que são o marido
do pai. Há pais que são padrinhos. E há madrinhas que são pais. Declarado ou
não declarado, pai não é meramente um nome na Certidão de Nascimento, ou a
ausência deste em qualquer outro documento. Pai é aquele que forma cidadãos
conscientes de sua condição no mundo. Isto é, erigem pessoas capazes de
usufruírem do direito de ir e vir: ser e existir.
Como em qualquer
relacionamento, pais e mães se separam. Hoje é raro ver um casal que passa
décadas junto. Alguns pares se divorciam, formam novas famílias, têm outros
filhos, reinventam-se. Portanto, a distância é o que menos importa, quando
alguém que a gente ama também ama a gente. Por isso, o que faz um pai ser um
pai, são as suas escolhas. Tem uns que preferem sumir do mapa, como quem cava
um buraco e cai dentro. Como há outros que mesmo não se dando bem com as ex
esposas (e estas, não suportando a atual de seus ex) constroem um vínculo;
digamos, amigável, pelo bem dos filhos.
Não há razão
para um pai, mesmo vivendo do outro lado do mundo, deixar de lado aquele que
pôs no mundo. Pai é quem cuida, apóia, sustenta, dá bons exemplos, aconselha, educa,
corrige, dialoga, protege. Não como um super-herói de história em quadrinhos,
mas como um amigo. Tal como sabemos, os filhos crescem, os pais envelhecem, e
às vezes a relação mal resolvida na infância (dos filhos), torna essa ligação
(pais e filhos) quase que inexistente no futuro. Quando isso acontece, em sendo
o pai um adulto, e o filho uma criança, de quem é a culpa quando filhos não
reconhecem certos pais que não os representam? O que me leva a crer: Pai é quem
cria, certamente. Exame de DNA, laços de sangue: nada disso vale mais do que
fazer parte da vida de quem a gente aprendeu a amar. É uma questão de
afinidade, similitude, correlação, simetria, parecença. Assim sendo, pais, não
abandonem seus filhos. Crescer com o sentimento de abandono é algo que abala a
alma de qualquer pessoa. Seus relacionamentos amorosos podem não ter dado
certo. Mas filho é vínculo para vida toda. Eu admiro pais que sabem ser pais e
filhos que aprendem com esses pais a ser filhos.
Há pais que
são sagrados e há pais que são profanos. Donde se conclui: a paternidade não
ensina ninguém a ser gente. Pois amar é verbo que não se aprende a conjugar diante de um exame
de gravidez que deu positivo. Amor é sentimento que se constrói paulatinamente.
Visto que todo dia é Dia dos Pais. Isto posto, vivamos em paz.
Na escola de paternidade da vida, independente do
filho ser biológico ou adotivo, pai é quem ama.
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COISINHA
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
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Você se supera a cada dia, querido. Seus textos têm uma leveza surpreendente. E este seu "Coisinha do Pai" é lindo! Sucesso, Betto. Você vai longe!
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