SE VOCÊ PENSA


Saboreando “Del amor y otros demonios”, do Gabo:

Há coisa na vida que toca-me profundamente, e nesse momento perco a resistência, emociono-me e choro. Pode ser uma cena de novela, um livro do Gabriel García Márquez, uma música do Roberto Carlos ou um filme com altas taxas de glicose. Chorei cântaros quando li “El correo de Bagdad”, de José Miguel Varras; “El dedo y la luna”, de Alejandro Jodorowsky; “Un holograma para el rey”, de Dave Eggers; “Walden o la vida en los bosques”, de Henry David Thoreau; “Middlesex”, de Jeffrey Eugenides; “El gobierno de los comunes”, de Elinor Ostrom; “La ola muerta”, de Germán Marín; “Teresa Wilms Montt: Un canto de liberdad”, de Ruth González-Vergara. Há em mim um sentimento natural do Lácio. Eu sou aquele que fala alto como se tivesse um megafone plantado entre os dentes. Já me disseram o seguinte: “Será que você não pode falar mais baixo?”. Não, não posso. Se eu me tolir, como vou deter a censura social? Entretanto, desde que seja necessário, abaixo o tom. Mas só em último caso. Eu sou latino, trigueiro, referto de hormônios ganadotróficos (FSH e LH). Preciso de espaço e céu para voar: como um pássaro; como alguém que não limita-se ao hiato d’uma gaiola; como quem faz da liberdade a unidade estrutural do ser. Por isso, quando amoleço, deito lágrimas. Eu sou um algibe de compaixão. 

Se você pensa que sou diferente, engana-se. Eu sou uma pessoa comum.


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