BOM CONSELHO
Derrocada à esquerda:
Falar mal do Brasil é fácil, porque é só olhar para o lado, e
lá está o problema. Difícil é arregaçar as mangas e fazer a diferença. Há sujeito que tem muito dinheiro e acha que só
ele é filho de Deus. Os outros que se implodam! Mas viver não é isso… Com um mínimo de bom senso há de se perceber que todos temos direitos
e deveres iguais. Mesmo que eles não sejam respeitados e reconhecidos, eles
existem. É fácil para alguém que tem tudo ditar regra sobre o infortúnio do
outro. Dizer que pobre é pobre porque não trabalha (e não gosta de estudar) é
no mínimo aviltante. Vivemos em um país em que as minorias só são minorias, porque
alguns abastados que se acham os donos do mundo, atropelam quem lhes atravessar
o caminho. Herdeiros de algum aristocrata quatrocentão falido, e tomados de
assalto pelo capitalismo dizimador das minorias, acham que o mundo foi feito só
para eles. Mesmo que isso fosse verdade, pois não é, ainda assim haveria a chance da
mudança. Desde que o mundo é mundo as coisas mudam o tempo todo. Mesmo que leve
mil anos, quando o conservador menos espera, lá está a mudança: como uma pedra em seu sapato de cromo alemão.
Tenho lido a coluna de certos cronistas; estes que representam os pseudointelectuais brasileiros, e me apavora ver o que aqueles que se dizem pensadores são capazes de escrever. Colunas estas, onde os vejo fazendo piada (ou como eles mesmos dizem “ironia”) com a condição do pobre, do negro, do índio, do nordestino, do gay, da mulher, do menor abandonado, daquele que depende da educação e da saúde pública, do que está à margem da sociedade
ou vivendo em condição de rua. Isso é chutar cachorro morto! É muito fácil
alguém se encastelar, ligar seu laptop de um milhão de dólares, se enclausurar
no conforto de um apartamento de luxo, ligar o ar condicionado de sessenta mil BTUs, se vangloriar
por ter feito faculdade ou ter nascido em berço de ouro, divagar sobre cotas
raciais e sociais, usar expressão do tipo: “somos vítimas da esquerda”, dizer que “o povo é preguiçoso”, falar mal dos professores, alegar que
as minorias são “privilegiadas”, e vomitar uma enxurrada de sandices. É
vergonhoso ver uma casta de supostos bem nascidos, humilhando com palavras (e palavrões) a outro ser humano, que como eles está aqui para escrever a
própria História. Não posso admitir a filosofia da extrema direita, que diz: “Aos
ricos tudo, aos pobres nada”. É como ofertar a miséria aos miseráveis. Uma
sociedade que acha que os ricos têm que ficar cada vez mais ricos e os pobres
cada vez mais pobres é uma sociedade condenada à extinção. Porque essa
sociedade esquece que não está lidando com uma lata de lixo. Pessoas pensam. E
quando pessoas não têm oportunidade alguma, e são tratadas como objeto
descartável, elas se revoltam. Pois passam a entender que estão sendo feitas de idiotas.
Tem
uma coisa na classe média que me incomoda. O fato da classe média não ser coisa
alguma. Ela está entre o burguês e o proletário.
E o fato de não ser nem uma coisa nem outra, deixa a classe média abestada. A
classe média tem medo de acabar proletária, porque sabe que nunca vai ser
burguesa. Por mais dinheiro que a classe média pense ter, ela não nasceu rica,
e pode perder a qualquer momento aquilo que pensa que tem. Por isso membros da
classe média correm para o segundo setor. Porque como prestadora de serviço do meio
privado, a classe média acredita que irá sobreviver sendo executiva ou empresária: assim, pensa ela, um dia ficará rica. E
para manter o Conto de Fadas, a classe média corre para a Disney, e realiza lá o que nunca irá realizar na vida real. Assim é fácil humilhar o pobre, o negro, o índio, o nordestino, o gay, a
mulher, o menor abandonado, aquele que depende da educação e da saúde pública, do que está à margem da sociedade ou vivendo em
condição de rua ou qualquer outro que não possa se defender. Assim é fácil
falar mal do Brasil também. Mamar nas tetas do Governo e ainda eructar soberba: isso qualquer mau-caráter é capaz de fazer. Agora, dar um pouco de si para o
próximo em forma de carinho, atenção, uma palavra de afeto, isso é para
poucos. Só aquele que entende que o cadáver do rico apodrece da mesma forma que
o cadáver do pobre, é capaz de perceber que dinheiro é muito bom; de fato, mas
não livra ninguém do inevitável. Tudo que sobe desde. Tudo que vem tem
volta. Por isso aquele que menospreza a quem quer que seja, já recebeu a sua recompensa. Cedo ou tarde irá pagar pelo crime moral a que se auto-condenou. Antes tarde
do que nunca! É a Lei da Vida. Mesmo que dure uma eternidade, um dia a pena terá
que ser cumprida. Que bom que existe vida depois da vida.
Estou cansado de abrir o jornal e ver que pequenos monstros
são capazes de escrever grandes absurdos. São uns ‘Hitlerzinhos’ promovendo o holocausto das minorias. Alguém que tenha um espaço para
escrever, seja em mídia impressa ou eletrônica, tem o dever ético-moral de
propagar o bem. Todo mundo pode fazer o que quiser de sua vida, mas há coisa na
vida que não se deve fazer. Sou contra qualquer tipo de censura, mas isso não
quer dizer que vou ver alguém humilhando o outro em nome da própria liberdade de
expressão, e ainda achar engraçado. Escrever é uma vocação, que se for bem
lapidada, pode tornar-se um talento. Mas ganhar dinheiro menosprezando o outro
é o fim da picada.
Eu gostaria, sinceramente, que o meu país tivesse pessoas
melhores. Juro por Deus.
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CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS:
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