LITTLE THINGS
No Domingo
de Páscoa ela acordou com o espírito renovado. Era o dia de comemorar o ressurgimento do Cristo: a promessa de uma nova vida. Abençoada, deixou o sol
entrar, abrindo portas e janelas. Naquele instante, uma alegria profunda chegara ao seu coração em forma de oração. Feliz, cantarolou uma melodia antiga dos tempos de criança. Sentia-se plena, bendita, iluminada. Sabia-se fruto de um amor tão grande; o
Criador e a criatura, — que via formosura em toda parte. Havia um sorriso em seu
rosto. Havia uma felicidade imensa. Havia a Vigília Pascal. Havia o Cristo
Redivivo. Delicada, tirou tesouros de seu coração, para poder tocar o próprio
espírito. Sentia a pele doce, como se ela própria fosse feita de açúcar. Ao
olhar-se no espelho, percebeu que a imagem refletida ali, tinha o contorno de
um anjo. Era ela um Ser de Luz. O seu lar estava lindo: móveis, paredes,
portas, chão, janelas, teto. Tudo lembrava a Casa de Deus. Por alguns
instantes, ficou parada em um canto, admirando as inúmeras formas de vida que
passavam diante dos seus olhos. “Jesus está vivo!” — exclamou. “E graças a Ele, eu também estou. O
Cristo devolveu-me a infinitude quando presenteou-me com a promessa da
eternidade. Sou um espírito que foi criado por amor. E como eu amo a vida! Amo
tudo que passei para chegar até aqui. Cada lágrima, cada sorriso, cada perda,
cada subida ao pódio da existência humana. Como é bom ter braços, pernas, olhos, boca,
nariz, ouvidos, cérebro, coração… Como é bom ser tudo
e todos ao mesmo tempo. Sinto-me inteira no universo. Sim, eu sou o universo porque Deus habita em mim. O Cristo ressuscitado há de me carregar pela mão e levar-me-á para passear esta noite. Meu Deus, obrigada pelo dom da vida! Quando criaste
o universo, pela Tua presença, eu também fui criada. E é na Tua presença, meu
Pai, que depois de muito caminhar, eu agradeço: obrigada por ter enviado o
Filho do Homem para me salvar.”
Após dizer
essas coisas, fechou os olhos, e deixou-se adormecer. Quando acordou o Cristo
em pessoa estava à sua frente. Ele sorriu para ela. Ela sorriu para Ele. Mas
não trocaram uma só palavra. Não era preciso. Para falar com Deus, ou com o
filho de Deus, basta apenas o coração. O coração.
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
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