RESPOSTA AO TEMPO

Folhas ao vento:

Hoje acordei com o telefone tocando. Era a ligação da mãe de uma amiga muito querida, informando do seu falecimento. A minha amiga suicidou-se. Fora encontrada pelos pais caída na sala de jantar. A perícia médica verificou que ela já estava morta a pelo menos dois dias. Os pais moram fora da cidade. Como a filha não respondia as ligações, eles resolveram ir à casa dela e ver o que estava acontecendo. E a surpresa não podia ter sido pior: suicídio por overdose de antidepressivos tricíclicos. No instante em que a mãe da minha amiga contou-me sobre o ocorrido, eu não soube o que dizer. E entre uma lágrima e outra; dei-lhe os pêsames, peguei as informações sobre o velório, e desliguei. Logo após, saí da cama, fiz a minha higiene matinal, sentei na cadeira que há em meu quarto, e chorei copiosamente.

Estou triste. Tristíssimo. Quando recebemos uma notícia dessas, é impossível não nos perguntarmos: O que podemos fazer para salvar uma vida? Suicídio é algo horroroso. Dar cabo à própria vida é coisa que ninguém entende. A família fica dilacerada: porque se lidar com a morte já é difícil, imagina se é a morte de alguém que se matou. Como bem sabemos, a vida é a única coisa que temos. É ela que nos dá a chance do aprendizado, do aperfeiçoamento, do auto-conhecimento. E como acredito em vida após a morte, imagino quanto sofrimento deve haver, quando aquele que se mata descobre que não morreu. O corpo fica ali inerte, sem vida. Mas o Espírito, mais vivo do que nunca, se dá conta que cometeu um erro de proporções abissais. O sofrimento que parecia ter sido extirpado com o ato do suicídio, passa a ser o começo de mais sofrimento. É muito triste… muito triste mesmo. E em meio a essa tristeza, estou me arrumando para ir ao velório. Que Deus abençoe a minha amiga, aos seus familiares, e a todos nós. Que nunca percamos a fé na vida, em Deus, e em nós mesmos. Assim seja… amém.

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