CHUVA, SUOR E CERVEJA


Não te esqueças de mim, minh’alma gêmea:

O amor é sentimento que transforma. Transforma o mal em bem, transforma o estresse em zen, transforma a guerra em paz. Não sei o que seria de mim sem o amor. Por isso, quando descobri em mim; minh’alma gêmea, entendi que amar não é nada de miraculoso. Pois o amor é acessível, faz parte das Leis da Natureza, está à alcance das mãos, da alma, do raciocínio, do coração. Antes de tudo amar é uma escolha. Eu escolho me dedicar a alguém, dar-lhe o meu carinho; minha atenção, colocar à disposição do ser amado a minha vida; que é o meu tesouro, meu legado divino, aquilo que me liga a Deus não por religião, mas pela crença na filosofia, na simpatia, na amizade; naquilo que faz de dois espíritos, irmãos. Porque esta é a ideia do amor. Fazer do bem-querer, o ponto de encontro de duas almas que são diferentes, porque vêm de famílias distintas, criações diversas e encarnações ímpares; unindo infinitas frentes de pensamento ao encontro de dois corpos, de duas mentes, de dois corações; que são espíritos eternos e infinitos, pois foram feitos à imagem e semelhante de Deus. Para mim o amor é isso: respeito. Respeitar as diferenças, apaziguar os conflitos, administrar a vida em prol de um sentimento maior: a felicidade. Ninguém nasce para viver só. Deus não ordenou a nenhum de seus filhos que caminhasse pelo mundo como areia no deserto. Somos movidos pelo vento, pela terra, pelo sol, pela água, pelo ar. Somos movidos pela necessidade de amar. É claro que há exceções. Há aqueles que insistem em bater a cabeça em uma pedra por ignorarem as coisas de Deus. Mas quando estes, que decidiram caminhar pelo vale de lágrimas; onde há choro e ranger de dentes, se dão conta que o amor é libertador, voltam correndo ao seio do Pai. Pois o Criador ensinou através das palavras do santo de Assis, que é dando que se recebe. É perdoando (e amando) que se é perdoado (e amado).        

Portanto, amar é olhar o outro como se o outro fosse a nossa razão de viver. Alma gêmea é todo aquele que nos quer bem, que nos faz bem, que nos mostra o bem que há em nós, que nos faz enxergar o bem que há no outro, que nos impele a fazer o bem, que nos mostra que só há troca quando há parceria no bem, e que o bem é algo que nos fortalece e nos traz sorte. Sorte no amor. Sorte no jogo do amor. Amor é doação. Amor é desprendimento. É saber-se parte de uma família, de um povo, de um grupo. Pois há várias formas de amar. Tem o amor que é de dentro para fora. E o amor que é de fora para dentro. O amor é um contínuo sem conclusão de curso. O amor é Hades eterno. O amor é comunhão. Quando escolhemos amar somos fiéis ao melhor de nós mesmos. No momento em que nos dedicamos ao outro, estamos exercendo o nosso lado Deus: Àquele que nos deu o livre-arbítrio; a livre escolhe de escrevermos no outro, e em nós mesmos, uma grande, magnífica e inesquecível história de amor. Pois a todo homem é dado a liberdade de escrever a sua própria história e vivê-la intensamente. Cabe a cada um de nós decidir se ela será uma comédia, um drama, uma novela mexicana, uma aventura ou uma tragédia grega. Eu acredito em tudo que é sólido sem ser conservador. Porque sei que “há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia”. Mas entre uma coisa e outra, bem lá no meio; no âmago; no recheio, todo mundo quer paz, segurança, respeito, carinho, aconchego de corpos, encontro de almas, abraço apertado e beijo na boca. Pois até a pessoa mais equivocada quer ser amada. Desde que aprendi que o mal só é praticado por quem não tem visto a Deus, percebi que o bem é o meio que nos leva ao paraíso de nós mesmos. Por isso digo que o bem é sinônimo do amor. Todas as coisas boas o são, não é mesmo? Não existe diferença entre bem-estar, felicidade, mansidão, caridade, escambo, gozo. Pois todos nos levam ao encontro com Deus. E quando encontramo-No, percebemos que o que há em nós é tão bom, que precisa ser dividido com o outro. É o amor redivivo. No fundo somos um saco sem fundo. Não uma Boceta de Pandora, lotada de mau-estar e sofrimento. Mas de um infinito de possibilidades tão extensas e numerosas como as estrelas do céu.

Para mim alma gêmea não é apenas aquela pessoa predestinada a nos encontrar em algum ponto do universo. Pois Deus, que não é nada previsível; é tão talentoso, que abre-nos portas dentro de portas e janelas após janelas; deixando-nos a opção da escolha, da avaliação, da sabedoria, da perseverança, do discernimento. Portanto eu posso escolher quem amar. Logo sou livre para ir e vir. Ir ao encontro do lar. Vir ao aconchego de casa. Isto é viver e deixar viver. Isto é dar asas para o outro voar. Nada a ver com despedida. Nada a ver com abandono, tampouco solidão. Em suma, nada a ver com tramontana. Pois o amor é o sentimento que nos escolhe. Por isso destino não existe: não como fado. Entretanto, já que é para falar daquilo que a cada um de nós é dado viver, e do qual não há como fugir; digo que temos como ‘fadário certo’; pois disto tampouco nos livraremos, a felicidade. Visto que a todo filho de Deus (angelical, hominal, animal, vegetal e mineral) é dado a certeza de que um dia seremos tão felizes, mas tão felizes, que reconheceremos em nós a presença de Deus. E como quem tem Deus no coração não deixa de ser feliz um segundo sequer, chegaremos à conclusão que mesmo quando não éramos capazes de perceber Deus em nós, e chorávamos rios de lágrimas, ainda assim; éramos a felicidade de um copo d’água nas mãos de quem tem sede.    

Portanto, não te esqueças de mim, minh’alma gêmea. Pois de ti, jamais esquecer-me-ei. 


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