ZÓIÃO

Vê se me erra!

Tem gente que julga o outro como se viver fosse fácil. Você consegue perceber o quanto um garoto ou uma garota gay, tem que se auto-amar para não desistir de si mesmo? A sociedade obriga-os a abaixarem a cabeça para a perversidade, escondendo-se como se fizessem algum mal para a humanidade: da pré-história aos dias de hoje é assim. Desde quando amar é abominável? Desde quando o fato de eu ser hétero é parâmetro para a vida que não me pertence? Eu consigo enxergar o belo no outro, mesmo que o outro não viva como eu. E aquele garoto pobre da periferia? Será que é fácil viver numa comunidade carente, à margem da sociedade, tendo como destino provável o escárnio e a humilhação; quiçá a prisão, cercado de pobreza e descaso por todos os lados: como se fosse uma ilha? E aquela menina que é seviciada por algum pedófilo (que quase sempre é alguém próximo à família), que é obrigada a crescer sofrendo as piores barbáries? Será que é fácil para ela acreditar que é filha de Deus, e como todo aquele que é feito à imagem e semelhança do Pai, guarda um tesouro infinito em seu coração? Muitos vivem feito bicho e são tratados como lixo, por um Estado e uma sociedade que são tão cruéis, que dividem pessoas em classes, usando o dinheiro como parâmetro; execrando tudo que é diferente, ou que tem a pele escura, ou que ama alguém do mesmo sexo. Muda, Brasil! Muda, mundo! A gente tem que entender que todos podem viver em perfeita harmonia, sem que palavras como intolerância, racismo, pedofilia, violência, preconceito, homofobia, façam parte do vocabulário das nossas almas. Eu acredito em todo aquele que ama. Pois o bem é capaz de abrir um túnel no meio de uma montanha. Quanto ao mal; o mal estraga, atrasa o progresso da alma, impede o ser humano de crescer. Pessoas foram feitas para voar. Aprendi que o voo mais bonito é aquele que não precisa de asas. O pensamento vai longe e isso para mim é voar. Porque mesmo preso em uma sociedade ruim, o espírito alça voo, pois é livre. Liberdade é um dos nomes da vida. O outro é amor. E os outros; afinal são tantos, são todos aqueles onde o bem faz morada.       

Há quem despreze quem só quer ser feliz. E há outros que são felizes porque fizeram do amor a sua razão de viver. Enquanto uns só são "felizes" vendo o outro sofrer, alguns dividem a felicidade que tem, com a humanidade inteira. Aí eu pergunto: quantas vezes o ser humano tem que se reinventar para continuar vivendo? Porque morrer é fácil. Basta atentar contra a própria vida, e a alma vai embora. Agora, segurar as rédias da existência com as mãos, é para poucos. Matar-se é o ato mais covarde que pode existir. Mas alguns não aguentam o peso do mundo em suas costas: e deixam o corpo sem alma. Viver exige cuidado, responsabilidade, amor, coragem para sair da cama todos os dias, e colocar os pés no chão, acreditando que o amanhã virá (afinal o amanhã sempre vem), e que estaremos prontos para ele: quando ele chegar.

Eu acredito na vida. Acredito no ser humano. Acredito naqueles que fazem a diferença, porque são diferentes. Acredito em quem vive por amor: seja preto ou branco, homem ou mulher, gay ou hétero, pobre ou rico, bicho-homem ou bicho-bicho.

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