O DIA QUE DUROU 79 ANOS


À memória de Elizabeth Taylor e José Alencar.

Quando Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em Londres, Inglaterra, na manhã de 27 de fevereiro de 1932, não sabia que entraria para a história da humanidade como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos.  A beleza, o talento e o  carisma de Elizabeth Taylor, suplantaram o limite das telas de cinema. Considerada uma das personalidades mais importantes do século XX, Elizabeth Taylor começou a carreira cinematográfica aos dez anos de idade, atuando em There's One Born Every Minute, produzido pela Universal Pictures em 1942. O segundo filme da  carreira foi Lassie em 1943. Daí por diante, Elizabeth teve certeza que o cinema seria a sua segunda casa. Na década de 50 filmou dramas como A Place in the Sun (Um Lugar ao Sol) em 1951,  The Last Time I Shaw Paris (A Última Vez que Vi Paris) em 1954,Giant (Assim Caminha a Humanidade) em 1956. Linda, talentosa, respeitada pelo público e pela crítica, Elizabeth Taylor, 'a menina dos olhos azuis-violeta', do alto de suas negras sobrancelhas grossas, aprendeu a ver o mundo do topo. 'Eterna Diva do Glamour Cinematográfico norte-americano', apaixonada por jóias, certo dia afirmou: Grandes garotas precisam de grandes diamantes. E completou: Adoro usar jóias, mas não porque elas  são minhas. Você não consegue possuir um brilho, consegue apenas admirá-lo”. Fantástico! Daí dá para perceber que Elizabeth Taylor era uma cabeça-pensante. Ela não só sabia o que queria, como também sabia o que dizia. Por isso transformou-se num mito. E o mito – tornou-se uma estrela. Afinal, uma pessoa sempre pode tornar-se uma estrela. Basta ter brilho próprio. E que este – não venha apenas das jóias.  No caso dela, as jóias eram apenas e tão somente – um adorno. Uma moldura. Um troféu. Uma coroa. Para brilhar, Elizabeth não precisava de jóias. Apenas, usava-as. Através da “The Elizabeth Taylor Aids Fondation”, Elizabeth provou ter um  brilho maior que o brilho do Sol. Ser humano daqueles que a gente quer ser quando crescer, – movida por ações filantrópicas, Elizabeth Taylor ensinou ao mundo e a mim, que é muito bom poder ajudar, seja do jeito que for. Afinal, o brilho das jóias só têm algum sentido – se a pessoa que as usa justificar o porquê dessas jóias. 'Brilho próprio, baby!'. Este é o sentido de todas as coisas.

         
Elizabeth Taylor casou-se oito vezes – jurando que dessa ou daquela vez, seria para sempre. Afinal, em cada uma que subiu ao altar – dias antes de chegar ao centro da nave – encontrara no homem de sua vida: O amor eterno. E para não dizer, sua alma gêmea.  Clonada. Genérica. Parecida. Igual-igual. Assim… assim. Apaixonada e muito amada, filmou nos anos sessenta com Richard Burton: “Cleopatra”, “Who's Afraid of VirginiaWoolf?” (Quem  tem medo de Virgínia Woolf?) – filme no qual ganhara o seu segundo Oscar. O primeiro foi por “Butterfield 8” (Disque Butterfield 8 – O  Número do Amor) em 1960.  Filmara também “The Taming of the Shrew” (A Megera Domada) em 1966, e “The Comedians” (Os Farsantes) em 1967. Duas vezes premiada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, internacionalmente conhecida, linda, jovem, delicada e apaixonante, Elizabeth Taylor chega ao final dos anos sessenta, como a atriz mais bem paga do mundo – com um cachê inimaginável para uma mulher do seu tempo: Um milhão de dólares!














Elizabeth Taylor, indicada cinco vezes ao Oscar, além dos prêmios de arte, – recebeu também inúmeros outros por suas ações humanitárias. Dentre eles, podemos destacar: o Oscar de melhor atriz por “Butterfield 8” (Una Mujer Marcada) em 1961, o Oscar de melhor atriz por “Who's Afraid of Virginia Woolf?” em 1967, o “Prêmio Humanitário Jean Hersholt” em 1993, o “Golden Globe Awards” – Prêmio Especial por “Suddenly, Last Summer” (De Repente, no Último Verão)  em 1957,  o “BAFTA” (Melhor Atriz) em 1967 por “Who's Afraid of Virginia Woolf?” (Quem tem Medo de Virgínia Woolf). Ganhou também o “World Film Favorite” (Female) – Melhor Atriz – Filme Dramático em 1974 –  “Henrietta Award”, – o “Prêmio Cecil B. DeMille” em 1985,  e o “Presidential Citizens Megal” – dado por Bill Clinton, enquanto este governava os Estados Unidos da América. O interesse de Elizabeth Taylor em melhorar a qualidade de vida dos portadores da Aids, partiu quando ela enterrara seu colega de cena e amigo particular: Rock Hudson, morto em 2 de outubro de 1985, – com quem contracenara em “Giant” (Assim Caminha a Humanidade).






Elizabeth Taylor, que completou sessenta e nove anos de carreira em 2011, – seu último trabalho foi num filme para a TV norte-americana (“These Old Broads”) em 2001, – desde Gloria Twine de “There's One Born Every Minute” de 1942, seja no cinema ou na TV, vivera mais de setenta e cinco personagens: Foi Priscila em “Lassie Come Home”, de 1943. Helen Burns em “Jane Eyre”, de 1943. Betsy em “The White Cliffs of Dover”, de 1944. Velvet Brown em “National Velvet”, de 1944. Katherine Eleanor Merrick em Courage of Lassie”, de 1946. Mary Skinner em Life With Father”, de 1947. Cynthia Bishop em Cynthia”, de 1947. Carol Pringle em “A Date With Judy”, de 1948. Susan Packett em “Julia Misbehaves”, de 1948. Amy em “Little Women”, de 1949. Melinda Greyton em “Conspirator”, de 1949. Mary Belney em “The Big Hangover”, de 1950. Kay Banks em “Father of the Bride”, de 1950. Kay Dunstan em “Father's Little Dividend”, de 1951. Angela Vickers em “A Place in the Sun”, de 1951. Prisioneira cristã na arena em Quo Vadis”, de 1951. Anastacia Stacie Macaboy em Love is Better Than Ever”, de 1952. Rebecca em “Ivanhoe”, de 1952. Jean Latimer em “The Girl Who Had Everything”, de 1953. Louise Durant em Rhapsody”, de 1954. Ruth Wiley em Elephant Walk”, de 1954. Lady Patricia Belham em Beau Brummell”, de 1954. Helen Ellswirth/Willis em The Last Time I Saw Paris”, de 1954. Leslie Lynnton Benedict em Giant”, de 1956. Susanna Drake em Raintree County”, de 1957. Maggie the Cat em Cat on a Hot Tin Roof”, de 1958. Catherine Holly em Suddenly, Last Summer”, de 1959. The Real Sally em Scent of Mystery”, de 1960. Gloria Wandrous em Butterfield 8”, de 1960. Cleópatra em “Cleopatra”, de 1963. Frances Andros em The V.I.P.s”, de 1963. Laura Reynolds em The Sandpiper”, de 1965. Martha em “Who's Afraid of Virginia Woolf?”, de 1966. Katharina em “The Taming of the Shrew”, de 1967. Helena de Troia em “Doctor Faustus”, de 1967. Lenora Penderton em “Reflections in a Golden Eye”, de 1967. Martha Pineda em “The Comedians”, de 1967. Interpretou a si mesma no documentário em curta-metragem: “The Commedians in Africa”, de 1967. Flora 'Sissy' Goforth em Boom!”, de 1968. Lenora em “Secret Ceremony”, de 1968. Uma cortesã em “Anne of the Thousand Days”, de 1969. Fran Walker em “The Only Game in Town”, de 1970. Interpretou novamente a si mesma, na participação especial em um episódio de “Here's Lucy”, de 1970. Zee Blakely em X, Y, and Zee”, de 1972. Rosie Probert em Under Milk Wood”, de 1972. Jimmie Jean Jackson em Hammersmith is Out”, de1972, – filme no qual ganhou o “Urso de Prata” de melhor atriz.  Jane Reynolds em “Divorce His, Divorce Hers”, de 1973. Ellen Wheeler em Night Watch”, de 1973. Barbara Sawyer em Ash Wednesday”, de 1973. Lise em “Identikit” ou “The Driver's Seat”, de 1974. Viveu novamente ela mesma em “That's Entertainment!”, de 1974. Interpretou a Rainha da Luz/Mãe/Bruxa/Amor Maternal em The Blue Bird”, de 1976. Edra Vilonfsky em Victory at Entebbe”, de 1976. Desiree Armfeldt em A Little Night Music”, de 1977. Dr. Emily Loomis em Return Engagement”, de 1978. Lola Comante em Winter Kills”, de 1979. Marina Rudd em “The Mirror Crack'd”, de 1980. Interpretou Helena Cassadine #1 em três episódios de “General Hospital”, de 1981. Deborah Shapiro  em “Between Friends”, de 1983. Katherine Cole na série de TV Hotel”, de 1984. Boardmember at the Chateau em All My Children”, de 1984. Louella Parsons em Malice in Wonderland”, de 1985. Madame Conti na minissérie North and South”, de 1985. Marguerite Sydney em There Must Be a Pony”, de 1986. Alice Moffit em Poke Alice”, de 1987. Nadina Bulichoff em Young Toscanini”, de 1988. Alexandra Del Lago em Sweet Bird of Youth”, de 1989. Fez a voz de Maggie Simpson na versão do desenho animado  “The Simpsons” para o cinema, de 1992. Mrs Andrews em Captain Planet and the Planeteers”, de 1992. Interpretou outra vez ela mesma, usando novamente a voz, no longametragem de animação “The Simpsons”, de 1993. Pearl Slaghoople em The Flintstones”, de 1994. Mais uma vez interpretou a si mesma em “The Nanny”, de 1996. Fez a voz da personagem Sarah em “God, the Devil and Bob”, de 2000. Seu último trabalho foi em “These Old Broads”, de 2001, no papel de Beryl Mason.










Os trabalhos que mais marcaram a carreira de Elizabeth Taylor, foram: a interpretação de Martha em Who's Afraid of Virginia Woolf?”. Outro trabalho memorável foi em Cleopatra, – onde Elizabeth vive a personagem título. Personagem esta que a consagrou como a eterna Cleópatra. Afinal, quem ao ouvir falar de “A Rainha Grega do Egito”, não se lembra imediatamente de Elizabeth Taylor? Fantástico! O terceiro papel mais marcante da carreira foi em “Butterfield 8”, onde Elizabeth Taylor vivera Gloria Wandrous. Outro papel inesquecível de Elizabeth foi em “Cat on a Hot Tin Roof”, onde ela vive o papel de Margaret (Maggie) contracenando com nada mais nada menos que Paul Newman, que faz seu marido no filme. Outro trabalho que marcou a carreira de Elizabeth foi a personagem Leslie Benedict em “Giant”. E em “A Place in the Sun”, outro filme que entrou para a história do cinema, Elizabeth vive Angela Vickers. Elizabeth também destacou-se no papel de Leslie Lynnton, de “Assim Caminha a Humanidade”, onde contracena com James Dean e Rock Hudson. Foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua atuação em “Suddenly, Last Summer” (De Repente, no Último Verão). Em “The Taming of the Shrew” (A Megera Domada), Elizabeth interpreta Katharina, na versão de Franco Zeffirelli para o clássico de Shakespeare, onde Elizabeth Taylor contracena com Richard Burton. Em “Reflections in a Golden Eye” (O Pecado de Todos Nós), ela vive Lenora Penderton, ao lado de Marlon Brando. Em “The Comedians” (Os Farsantes), interpretando Martha Pineda, Elizabeth vive outra personagem inesquecível. Em “Boom!” (O Homem que Veio de Longe) Elizabeth vive novamente outra personagem marcante em sua carreira – a escritora Flora 'Sissy' Goforth.




  


















A 'Dama Elizabeth Taylor' casou-se oito vezes. A primeira vez foi em 1950 com Conrad Hilton Jr. O casamento durou apenas um ano. A segunda vez foi com Michael Wilding em 1952. O casamento durou cinco anos. A terceira vez foi com Michael Todd, com quem viveu por quase um ano. A quarta vez foi com Eddie Fisher: Viveram juntos cinco anos. Logo após casou-se com Richard Burton – seu quinto marido. Com ele, o casamento durou mais tempo: dez anos. Após um breve tempo separados, casaram-se novamente em 1975, mas o segundo casamento durou apenas um ano: Este foi o seu sexto casamento. Em 1976, Elizabeth casou-se com John Warner – seu sétimo marido: O casamento com John durou seis anos. O oitavo casamento de Elizabeth Taylor foi com Larry Fortensky,  e durou de 1991 a 1996. De lá para cá – até o dia de sua morte, não mais se casou. Com Michael Wilding teve dois filhos: Michael Howard Taylor Wilding e Christopher Edward Taylor Wilding. Do casamento com Michael Todd nasceu Isabel Francisca Taylor Todd. E com Richard Borton, – adotou Maria Taylor Burton.









Elizabeth Taylor era o tipo de mulher capaz de dizer frases impagáveis como: "Minha mãe diz que eu não abri os olhos nos oito dias após meu nascimento, mas que a primeira coisa que eu vi foi um anel de noivado". Ou: "Quando as pessoas dizem 'ela tem tudo', eu respondo o seguinte: 'eu não tenho o amanhã'". E também: "Alguns de meus melhores homens foram cachorros e cavalos". E: "Apenas dormi com homens com os quais fui casada. "Quantas mulheres podem dizer o mesmo?". Ou, então: "Acho que finalmente estou amadurecendo e já era tempo!". E: "Se alguém é burro o suficiente de me oferecer um milhão de dólares para me contratar para um filme, eu certamente não sou burra o suficiente de recusar". Ou: "Sempre admiti que sou comandada por minhas paixões". E: "Você conhece seus amigos quando você se envolve em um escândalo". E, então: "Pessoas que me conhecem me chamam de Elizabeth. Odeio "Liz". E também: "Passei por tudo, baby, sou uma mãe coragem". Em outra ocasião: "Sou uma sobrevivente. Um exemplo vivo do que somos capazes de enfrentar e ainda assim sobreviver". E ainda: "O problema de pessoas que não têm vícios é que normalmente elas têm virtudes bem irritantes". E sobre o sucesso: "Sucesso é um ótimo desodorante". Fantástico!




Elizabeth Taylor foi amiga íntima do cantor Michael Jackson, de quem recebeu diversas homenagens, e a quem ajudou financeira e afetivamente,  até a morte do artista, – em 25 de julho de 2009.











Ao longo de sua vida, Elizabeth Taylor passou por vários problemas de saúde. Foi viciada em drogas e álcool, removeu um tumor no cérebro, conviveu com uma insuficiência cardíaca crônica, ganhou peso, passou por diversas dietas de emagrecimento, internou-se várias vezes, substituiu uma válvula defeituosa no coração. E nos últimos tempos – passara a locomover-se em cadeira de rodas – por causa de uma forte dor crônica.













Elizabeth Taylor desencarnou em Los Angeles, aos 23 dias do mês de março de 2011, de insuficiência cardíaca, – no Centro Médico Cedars-Sinai. Neste dia, a 'Diva dos Anos de Ouro de Hollywood', fechou os olhos pela última vez, – aos 79 anos. Porque sabia que naquele instante, Michael Jackson aguardava-lhe, de braços abertos no Céu. E como era uma mulher apaixonada pelo brilho das jóias, – já que não precisava delas para viver, saiu de cena, mas não sem antes deixar de herança para a humanidade – o talento e a beleza de uma alma profundamente valiosa. A cereja do bolo veio em forma de seiscentos milhões de dólares, deixados como prêmio de consolação à humanidade por sua partida, – doado para fundações de combate à Aids.



The Elizabeth Taylor Aids Fondation:







Até o último segundo de vida, Elizabeth Taylor provou, que só os fortes entram para a História. 


Assim foi, a primeira metade, de: “O Dia que Durou 79 anos”.


























A segunda metade de O Dia que Durou 79 anos, começou quando José Alencar Gomes da Silva nasceu em Itamuri, – município de Muriaé, – Minas Gerais, – Brasil, na manhã de 17 de outubro de 1931. Naquele momento, José Alencar não sabia que entraria para a história da humanidade como um dos homens mais importantes de todos os tempos. O caráter, o talento e o  carisma de José Alencar, suplantaram o limite dos bastidores do Governo Lula. Considerado uma das personalidades mais importantes do século XX, o empresário e político José Alencar começou a trabalhar aos sete anos de idade na loja do pai. Na infância entrou para o movimento escotista, e lá teve ensinamentos que valorizam a honra, a lealdade, a disciplina, a fraternidade, a responsabilidade, o respeito ao próximo, a lealdade e o trabalho em equipe, – valores aos quais José Alencar praticou a vida inteira. Aos quatorze anos de idade foi trabalhar na loja de tecidos A Sedutora, como balconista e vendedor. Em 1948, ao mudar-se para Caratinga,  também trabalhou como vendedor na Casa Bonfim.  Aos 18 anos, com o montante de quinze mil cruzeiros, emprestados pelo irmão – Alencar abriu A Queimadeira, sua primeira empresa, que vendia sombrinhas, tecidos, calçados, guarda-chuvas, chapéus, entre outras produtos. A empresa sob sua direção funcionou de 1950 a 1953, quando Alencar decidiu diversificar os negócios e mudar de ramo empresarial: O investimento na área de cereais por atacado. Seu terceiro negócio, em parceria com um de seus irmãos e dois outros sócios, José Alencar abriu a Fábrica de Macarrão Santa Cruz. Após a morte de Geraldo Gomes da Silva, seu irmão, o mesmo que emprestara-lhe o dinheiro para abrir a primeira empresa, José Alencar assumiu os negócios deste, na empresa União dos Cometas, razão social alterada em homenagem ao irmão para Geraldo Gomes da Silva, Tecidos S.A.”. O próximo passo foi fundar a Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas. Esta companhia posteriormente passou a chamar-se Wembley Roupas S.A.”. Alguns anos depois, Alencar fundou a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. Menos de dez anos depois, Alencar inaugurava a maior fábrica de tecidos e fiação do Brasil. Deste modo, Alencar ganhou o mundo, produzindo tecidos, camisetas, roupões, fios, lençóis, meias, malhas, toalhas de banho e de rosto para os Estados Unidos, Mercosul, mercado brasileiro e Europa. Hoje a Coteminas dispõe de onze unidades, matriz e filiais, que produzem e distribuem os seus produtos pelo Brasil e pelo mundo – tornando real o sonho de transformação pessoal e coletiva – baseado na qualidade de vida, na geração de empregos, e em valores que Alencar aprendeu desde tempos imemoriais no movimento escotista e no seio familiar, que pautaram a história de um brasileiro profundamente humano e espiritualizado.



Alencar teve uma carreira política admirável. Foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, – FIEMG –   (SESI, SENAI, IEL, CASFAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Após candidatar-se ao governo do Estado de Minas Gerais em 1994 e 1998, elegeu-se como senador – com quase três milhões de votos. Foi membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e presidente da Comissão Permanente de Serviços de Infra-Estrutura – CI. Chegando à vice-presidência do governo de Luíz Inácio Lula da Silva em 2003, José Alencar foi ferrenho defensor da política de queda de juros e da reformulação da Economia Tributária – partícipe da ideologia de redução de tributos devidos ao governo. Em 2004, além de vice-presidente, José Alencar passa a comandar a pasta de ministro da Defesa, – exercendo a função até março de 2006. Alencar entrou para o ranking dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009 – homenageado pela Revista Época. Ao receber em 25 de janeiro de 2011, das mãos da presidenta Dilma Rousseff,  a medalha 25 de janeiro”, da prefeitura de São  Paulo, – Alencar ouviu da presidenta às seguintes palavras: “Eu tenho certeza de que cada brasileira e brasileiro deste imenso país gostaria de estar agora em São Paulo – esta cidade-síntese do espírito empreendedor do país que completa hoje 457 anos de existência – para entregar junto conosco a Medalha 25 de Janeiro ao nosso eterno vice-presidente da República, José Alencar.” E brilhantemente, Alencar oralizou: Não posso me queixar. A situação está tão boa que não tem como melhorar,  todo mundo está rezando por mim". E completou: "Aprendi com Lula que os discursos devem ser como um vestido de mulher: nem tão curtos que possam escandalizar, nem tão longos que possam entristecer". Ao ouvir isto, percebemos que José Alencar era um ser munido de uma inteligência superior, a exemplo da sabedoria divina, – um homem-santo à alcance das mãos, – evidentemente.



É impossível falar do sucesso que foi a vida de José Alencar, do homem de negócios impecável, do político honesto, do amigo e familiar afetuoso, sem falar da lição de vida que esse homem deu-nos a todos, ao lutar pela vida com a força que lhe era peculiar – sem titubear um só segundo: Pois Alencar acreditava no poder da vida que Deus lhe dera. Aos descobrir um câncer na região abdominal no ano 2000, Alencar prontamente decidiu tratar-se. Ao longo de onze anos de tratamento, Alencar encarou com muita coragem a batalha contra o câncer, submetendo-se a todos os tratamentos possíveis, mesmo sabendo que seu histórico médico era preocupante.  Sendo assim, Alencar fez cerca de quinze cirurgias, dentre elas, uma que durou mais de vinte horas. Inclusive passou por um tratamento alternativo nos Estados Unidos, com resultado inconclusivo, que parece não ter alterado em nada o seu quadro médico. Por causa dos inúmeros tratamentos médicos e internações ao longo do ano de 2010, por motivo de força maior, Alencar desiste de candidatar-se ao Senado Federal, no processo eleitoral do mesmo ano.  O seu quadro médico ficara cada vez mais delicado, e Alencar  interrompe o tratamento contra o câncer.  Após inúmeras idas e vindas ao hospital, em 22 de dezembro de 2010, Alencar foi submetido a mais uma cirurgia – desta vez para tentar conter uma hemorragia no abdômen. E lá estavam, entre tantos amigos, o presidente Lula e a presidenta Dilma: Todos em oração, ávidos por seu pronto restabelecimento. Com o sangramento abdominal controlado, Alencar deixa a UTI do hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Como estava em franca recuperação, Alencar obtém da equipe médica chefiada pelo Dr. Raul Cutait, a permissão para sair do hospital no intuito de receber a medalha 25 de janeiro”, da prefeitura de São Paulo, das mãos da recém-eleita; Presidenta Dilma Rousseff. Semanas após receber a medalha, Alencar recebe alta do hospital, e continua o tratamento em casa. Após uma perfuração intestinal, Alencar volta à UTI em 9 de fevereiro de 2010,  recebendo alta no mês seguinte. Com a saúde debilitada, em 28 de março do mesmo ano, Alencar retorna ao hospital Sírio-Libanês, e morre aos 79 anos de idade, no dia 29 de março.  A causa mortis: Oclusão (obstrução) intestinal e peritonite (inflamação do peritônio, uma membrana que reveste a cavidade abdominal), levando à falência múltipla dos órgãos, decorrente do câncer na região abdominal.



Neste dia, Alencar preparava-se para descansar... “Dormindo, sem dores, confortável e com a família. Descanse em paz, meu amigo. Descanse em paz.


O funeral do excelentíssimo vice-presidente da República Federativa do Brasil, José Alencar Gomes da Silva, foi em Brasília, no Palácio do Planalto – onde centenas de milhares de familiares, amigos, empresários, correligionários e admiradores do mundo todo, de todas as classes sociais, religiosas, politícas e ideológicas, compareceram ao velório, e lá renderam-lhe às últimas homenagens. Após passar por Brasília e Belo Horizonte, o corpo de José Alencar foi cremado e sepultado no Cemitério Parque Renascer em Contagem, – Minas Gerais. Como acontece quando morre um chefe de Estado, a Presidenta Dilma Rousseff decretou luto nacional de uma semana.


Em resumo: José Alencar, nascido numa família humilde,  construiu um império no ramo da indústria têxtil, tornando-se assim, um dos maiores empresários do Estado de Minas Gerais. Sua principal empresa foi a Coteminas. Foi casado com Mariza Campos Gomes da Silva. E com ela teve três filhos – Maria da  Graça, Patrícia e Josué Gomes da Silva. No ano de 2010, o juíz José Antônio de Oliveira Cordeiro, da Vara Cível de Caratinga (MG), reconheceu que a professora aposentada, Rosemary de Morais, nascida em 1955, é filha de José Alencar e da enfermeira Francisca Nicoline de Morais, – fruto de um romance da juventude, – da época em que José Alencar era solteiro. Assim sendo, o vice-presidente da República Federativa do Brasil passa a ter, legalmente, mais uma filha. Voltando à vida política, em 2003 Alencar elege-se vice-presidente da República do Brasil, ao lado de Luíz Inácio Lula da Silva. E foi reeleito em 2006, permanecendo na vice-presidência até o final do mandato, em dezembro de 2010. Alencar desencarnou em São Paulo, aos 29 dias do mês de março de 2011, de insuficiência cardíaca, – na UTI do Hospital Sírio-Libanês. Neste dia, o 'Bom Espírito do Governo Lula', fechou os olhos pela última vez, – aos 79 anos. E como era um homem apaixonado pela vida – sabia que tinha outra missão, agora no Céu, ao lado do trono de Deus. Portanto José Alencar sai de cena, mas não sem antes deixar de herança para a humanidade – o talento e a coragem de uma alma profundamente valiosa. A cereja do bolo veio em forma de afeto, respeito e solidariedade, deixados como prêmio de consolação à humanidade por sua partida, – doado para 190 milhões de brasileiros, – que ficaram órfãos com a partida do pai, amigo e mentor espiritual.  

Até o último segundo de vida, José Alencar provou, que só os fortes entram para a História.



Caso José Alencar e Elizabeth Taylor tivessem se conhecido pessoalmente, – possivelmente teriam se tornado grandes amigos. Porque pessoas inesquecíveis são àquelas que conseguem encontrar no âmago de si mesmas – o sinal de igualdade.



E assim foi aquele que, com quatro meses de diferença e seis dias de distância, tornou-se: “O Dia que Durou 79 anos”.

FIM











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O DIA QUE DUROU 79 ANOS™ © copyright by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2011
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Comentários

  1. Betto, lendo os seus textos a gente se dá conta que o talento nasce com o artista. E talento, meu caro, você tem de sobra! A forma com que você constrói os seus personagens, sejam reais ou imaginários, emociona-me muito. Você consegue tirar o melhor das pessoas e é isso que importante. Sem contar a facilidade que você tem de transformar palavras em sonhos. Para mim você é um dos maiores escritores do mundo. Fazer o quê, né? É pra quem pode! I LOVE U! Beijos!

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  2. Fiquei de cara com esse texto, Betto. Perfeita crônica, amigo! Sinto muito orgulho de você, meu amigo. Betto Barquinn é uma explosão de talento! E o maneiro é que você escreve para àqueles que gostam de ler. Muito escritor escreve coisas tolas, parecendo que escreve para agradar os outros. Você, não. Você é aquele tipo de escritor que enfia o pé na jaca. Além de ser um talentosíssimo ator... Muito prazeroso saber que um ser humano assim, existe. Vida londa ao Rei, meu amigo! Vida longa!

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  3. Noeli Soares da Costa14 de abril de 2011 às 09:49

    Muito bom, gatinho! Muito bom! Bjs!

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  4. 10! Nota 10! Amei, Betinho!!!

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  5. Nossa! MUITO BOM, BETTO!!! Abs!

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  6. O que eu quero ser quando crescer? Betto Barquinn!!! Adoooooooooro!

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  7. Isabel Rodrigues Mourão15 de abril de 2011 às 17:27

    Betto, você é TUDO DE BOM! Bjs!

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  8. Magali Nunes Fonseca15 de abril de 2011 às 17:50

    Lindo, Betto! Adorei, querido!!! Beijos!

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  9. Luiz Otávio Marcondes Ferraz15 de abril de 2011 às 17:54

    Muito bom, leke. Nota 10, fera. Abs!

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  10. Muito lindo, Betto. Sucesso!!!

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  11. Betto, fico encantada com o seu talento. Um ator-escritor que com seus textos toca a alma da gente. Mais uma vez, esse seu novo texto prova que você é um escritor completo. Escreve tão bem tanto textos longos quanto textos curtos. E ainda consegue escrever sobre qualquer assunto... Genial, Betto! Amei o texto, amo o amigo e sou fã incondicional da sua pessoa, senhor. Congratulations Mr. Betto Barquinn! Congratulations!

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