YES, NÓS TEMOS BANANAS!
Segundo estatísticas oficiais,
diariamente mais de cem pessoas são vítimas de bala perdida ou chacina na
cidade do Rio de Janeiro. Dessas, vinte por cento chegam à óbito, trinta por
cento ficam com sequelas neurológicas, sem citar o número invisível e
incontável de cidadãos com síndrome do pânico, depressão e outras
psico-patologias graves. Cinquenta por cento ficam com algum problema
psico-locomotor, paraplegia parcial ou geral. Dessa porcentagem, a metade é de cadeirantes
e portadores de deficiência física, vítimas da epidemiologia das causas
externas.
Noventa por cento do orçamento gasto em saúde
na cidade do Rio de Janeiro, é investido no tratamento de vítimas da violência
urbana. Vive-se e morre-se numa cidade arbitrariamente doente, prestes a
receber a Unção dos Enfermos. E é bom lembrar que, pelo menos oficialmente, não
estamos em guerra (militar ou civil). Porém o poder paralelo-capitalista,
pseudo-democrático, político-oligárquico, instaurado no Rio de Janeiro, e seu
comando factóide (vermelho ou não), faz a festa! Na segunda maior cidade do
país do futuro, a violência mata mais do que acidentes de trânsito, hipertensão
arterial, doenças cardiovasculares, derrames cerebrais, alcoolismo ou câncer,
suplantando ao máximo a média de homicídios diários em países em guerra.
Oficial, off course!
m cada cem pessoas vítimas de bala perdida ou
chacina, noventa e cinco por cento é de negros (homens e mulheres). Oitenta por
cento são do sexo masculino, entre dezoito e vinte e cinco anos, de classe
média baixa ou pobre (estudantes, trabalhadores, sem passagem pela polícia).
Quatro por cento são brancos (homens e mulheres) de classe média ou pobre
(estudantes, trabalhadores, sem passagem pela polícia). Ou seja, a mortalidade
entre os homens é até quatro vírgula duas vezes maior que a das mulheres, na
faixa de vinte e dois anos.
A frágil segurança do Rio de Janeiro colocou o
Estado em décimo lugar no ranking nacional de óbitos violentos de homens, com
dezessete vírgula dois por cento. O Distrito Federal é a região do Brasil com a
taxa mais alta, com vinte e quatro vírgula cinco por cento. E São Paulo aparece
em sétimo lugar com dezoito vírgula oito por cento. Todavia quando o critério é
o número de óbitos entre jovens de quinze a vinte e quatro anos, o Rio aparece
em primeiro lugar, com uma média de duzentos e quarenta e oito, vírgula seis
óbitos para cada cem mil habitantes.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, os óbitos
geralmente estão associados ao problema da criminalidade, do desemprego e dos
acidentes de trânsito. Na região Norte e Centro-Oeste, os óbitos são
ocasionados por questões de posse de terra. Outro estudo afirma que o problema
da violência é acelerado ainda mais, pelo aumento do desemprego entre a faixa
etária dos quinze aos vinte e um anos. Setenta por cento dos jovens em busca do
primeiro emprego têm dificuldades em conseguir trabalho, porque a maioria é de
pouca escolaridade ou analfabeto. Sem perspectiva de futuro, muitos acabam
caindo na armadilha do tráfico de drogas. Na sociedade de consumo capitalista o
apelo material é muito forte, levando-os, não raro, ao mundo do crime.
Somente um por cento das vítimas de bala
perdida ou chacina exerceu algum tipo de contravenção penal.
Cerca de dez mulheres morrem todos os dias no
Brasil (a maioria, mulheres negras), vítimas das agressões do próprio parceiro.
A violência doméstica e familiar, seja física ou psicológica, mesmo com a Lei
Maria da Penha, é imensurável.
No dia em que nos comportarmos como cidadãos, a impunidade não
mais existirá, e a humanidade jamais dirá:
“YES, NÓS TEMOS BANANAS!”
Posto isto, só nos resta dobrar os joelhos, e pedir a Deus que a
abolição da exclusão devolva a esse país, a autoestima que nos foi roubada aos
vinte e dois dias do mês de abril do ano do Senhor circa 1.500. Amém.
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YES, NÓS TEMOS BANANA™ © copyright by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2010
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
Betto, você me faz parecer uma manteiga derretida, toda vez que leio um texto seu. Leio e choro. Choro de alegria. Choro de encantamento. Choro pelo duro contraste entre o sonho e a realidade. Adoro os seus textos, meu amigo! Esse seu “Yes, nós temos bananas” é de um lirismo arrebatador. Forte, duro, frio, real, assustador. Aí a gente vê que as nossas vidas valem muito pouco. Aí a gente se emociona e se arrebenta. Aí a gente acorda e descobre que precisa mudar o mundo. Olha quanta coisa eu pensei lendo esse texto! É para isso que servem os escritores... E você faz isso brilhantemente! Amo você, meu amigo. Beijos!
ResponderExcluirMuito bom, Betto! Maduro, atual, inteligente, moderno, genial! Como sempre, mais um sucesso seu, brother! Adorei!
ResponderExcluirVoce é um cara tão estiloso, que isso aparece até na sua literatura. Belo texto, Betto! Parabéns, meu amigo!
ResponderExcluirOlá Betto Barquinn,
ResponderExcluirDe já agradeço a postagem de vídeos em seu blog, já assiste vários, pórem gostaria q vc envia-se para mim o texto do VÍDEO: BASTA.
Grato.
Anderson Vieira
Bacabal - Maranhão
Caro Barquinn,
ResponderExcluirMinha avó sempre dizia que a gente percebe o quanto alguém é bom naquilo que faz, quando esse trabalho valoriza a vida da gente e visa o bem estar do outro. E ao ler essa sua crônica, caro Betto Barquinn, acabo de entender aonde minha avó queria chegar. Você é o tipo de escritor, e de artista, que fala diretamente ao coração da gente. Alguém gastar o seu tempo, sua alma e seus neurônios para escrever algo tão atual é uma benção para todos nós. Você tem o que todo leitor espera de um escritor: Autenticidade. Seu texto é escrito com tanta delicadeza, verdade e estilo, que fica muito claro, pelo menos para mim, que você é um grande homem. Vivemos na Era das redes sociais e dos blogs. Muitos usam essas ferramentas para se auto-promoverem, falar do que comeram ontem no jantar, que roupas compraram, e toda a espécie de futilidades e sonhos de consumo. Você, não. Essa disponibilidade que você tem de falar sobre os sentimentos humanos, expor o que todos sabem e fingem não ver, contar o dia a dia de um personagem, de uma cidade, de uma polulação e de um país, demonstra o caráter por trás de um homem. Já li vários textos seus. E em todos, até naqueles que parecem mais engraçados e descompromissados, podemos enxergar que ali vive um ser humano. Que bom que você é um homem com a cabeça no lugar. Que bom que seu blog é acessível e aberto à quem quiser te visitar. Que bom que você existe, Betto Barquinn! Se minha avó estivesse viva, ia adorar te conhecer!
Desejo a você sorte, saúde, sucesso, e muita paz. Continue escrevendo! Precisamos do seu talento!
Abs,
Ezequiel Bergher.
Amei!
ResponderExcluirMuito bom esse texto, Betto. Aliás, muito bom esse blog!!! Cara, você tem uma sensibilidade enorme. O seu talento com a palavra é delicioso! Parabéns!!!
ResponderExcluirEsse texto é um tapa na cara da sociedade brasileira. As pessoas parecem que vivem entorpecidas numa falsa realidade, fingindo não verem o que está bem na frente dos seus olhos. Parece que o sofrimento do outro não dói em mais ninguém. É preciso compreender que nós sempre seremos beneficiados ou prejudicados pelo bem ou mal que acontece aos nossos semelhantes. Vivemos numa sociedade egoísta, racista, preconceituosa e burra. Bom saber que existem seres pensantes no Brasil. Invariavelmente você, Betto Barquinn, é um deles. É um luxo ser seu amigo! Ter o privilégio de conviver com você é uma benção! God save the King!
ResponderExcluirSeu texto é tudo de bom!
ResponderExcluirOi gatinho!
ResponderExcluirBetto, eu fico impressionada como um homem tão bonito, o Top 10 entre as amigas, consegue ser tão maneiro. Você é o cara mais doce, gentil, amigo, companheiro e humano que eu conheço. Agora a pouco estava falando sobre você com uma amiga da faculdade. Ela me ligou dizendo que passou no seu blog e ficou apaixonada por você. Mandei ela entrar no final da fila! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Ôpa, cheguei primeiro!!! Brincadeiras à parte, você sabe o quanto eu amo a sua amizade, né? Você é daquelas pessoas que alegram o ambiente com sua luz especial. É possuidor de tantos talentos e é tão humilde, que fica sem graça quando a gente faz um simples elogio... Vai ser encantador assim lá em casa! Kkkkkkkkkkkkkkkkk! Amei esse texto, gatinho!
Sucesso viu, migo!
Beijossssssssssssssssssssss!
Muuuuuuuuuuuuuito maneiro!
ResponderExcluirCara adorei o texto, o blog, as fotos, os vídeos, enfim, adorei tudo! Você é um cara muito talentoso! Parabéns!
ResponderExcluirSensacional!
ResponderExcluirBettinho querido, esse seu “YES, NÓS TEMOS BANANAS!”, é de um realismo extremo. Nosso país agoniza em ética e moral. O nosso povo sofre. Acabo de me lembrar do que você sempre fala quando o assunto é política: “Podemos mudar a nossa realidade, sim. O Rio de Janeiro tem 11 milhões de eleitores!”
ResponderExcluirVocê é um escritor formidável, uma pessoa ímpar, um artista maravilhoso, e um ótimo cidadão! Obrigado por existir, meu amor. Beijos!
Amei!!!
ResponderExcluirMuuuuuuuuuuuuito bom!
ResponderExcluirVocê é um cara tão talentoso que vir ao seu blog é tão divertido quanto ir a Disney! Não dá vontade de sair desse blog nunca! Adorei!
ResponderExcluirBetto, o seu talento ultrapassa os limites da inteligência humana. Sinto-me muito honrada por ser sua amiga. Obrigada por existir, querido. Beijos!
ResponderExcluirTudo de bom Betto!!!
ResponderExcluirUm gênio, Barquinn! Meus parabéns!
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