HOMEM NÃO CHORA
Papel
social:
Lendo o texto “Como se constroi o machão”, de
Regina Navarro Lins, dei-me conta do quanto somos moldados para sermos aquilo
que a sociedade espera de nós. Tanto homens quanto mulheres, atores sociais que
são, interpretam o papel em que a identidade de gênero vem antes de qualquer
coisa. Expressões como “homem não chora”, “qual seu time de futebol?”,
“apanhou, bateu”; e tantas outras, povoam o universo masculino. Homem é educado
para ser forte, para reprimir seus bons sentimentos, para ser provedor.
Mulheres são educadas para serem obedientes, cordiais, submissas. Desde
pequenas, as mulheres são incentivadas à maternidade. E os homens a serem
mulherengos. Ou seja, às mulheres ensinam a esperarem o “príncipe encantado”; e que de
preferência, este venha montado em um cavalo branco. Aos homens, a namorarem todas
as mulheres do reino. Por isso alguns relacionamentos não dão certo. Mulheres são
impelidas a buscarem a qualidade. Enquanto os homens, a quantidade. Homens são
casadores. Mulheres, donas de casa. É um carretel de preconceitos e convenções
sociais, que prendem o ser humano em um emaranhado de intolerância. Como bem
sabemos, as mulheres são tão capazes quanto os homens. Como bem sabemos, os
homens são tão emotivos quanto as mulheres. O erro é que os homens são
convencidos de que sensibilidade é fraqueza. E tanto o homem quanto a mulher
esperam que cada um cumpra o seu papel social. Mas esquecem que seres
humanos erram, choram, sentem fome e sede, têm dor de barriga, e algumas vezes,
precisam de colo. Eu sou o tipo de homem que chora e pede socorro. Eu também
sou o provedor, o protetor: o sapo que sonha em ser príncipe encantado e que
não tem vergonha de dizer “eu te amo”. Acredito em relacionamento monogâmico,
em parceria entre o casal, em amor à primeira vista. Eu gosto de mulher… para
namorar, para casar, para ser minha amiga e mãe dos meus filhos. Porque homem
que é homem chora, troca fralda, manda flores, ajuda a lavar a louça e a varrer a casa. Pois o que importa é somar e não subtrair. O importante é multiplicar ao
invés de dividir. Sim, represento o papel social ao qual fui educado a seguir.
Mas não esqueço que sou mais do que isso. Eu sou humano.
CONTACT
CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS:
HOMEM NÃO CHORA™ ©
copyright by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
Comentários
Postar um comentário