DER KLEINE UNTERSCHIED
Trotamundos:
Ao assistir o filme alemão “Porque os homens não escutam e
as mulheres não podem ler mapas” (Warum nicht Männer zuhören und Frauen
schlecht einparken), inspirado em livro homônimo de Allan e Barbara Pease, ele
disse: “A humildade lembra-me constantemente que tenho que respeitar a todos os
seres da criação: minerais, vegetais, animais, humanais, angelicais. Sou um grão
de areia contemplando a imensidão do universo. Por isso procuro amar com a
inocência de um animal selvagem: livre, leve, solto”.
O filme dirigido por Leander Haußmann havia mexido
com ele. Revirado-o como uma colher de pau ao fundo de uma panela. Entendera
que para o universo não havia diferença de gênero, raça, filosofia ou
orientação sexual. Para o universo somos todos iguais. E aquilo que chamamos de
“diferença” é apenas a cereja do bolo. O que nos distingue dos demais. Porque
por mais iguais que sejamos, uns perante os outros, Deus nos fez únicos. Cada
um com uma história para contar. Cada um criado à imagem e semelhança divina.
Sim, somos uma família. E é isso que nos aproxima. Somos singulares sem
deixarmos de ser plurais. Indivíduos incomparáveis. Ímpares por definição.
Raros. Sempar. É essa coisa que nos torna especiais. Somos sui generis como “O
Nascimento da Tragédia”, de Nietzsche.
Destarte ele pudera ver a si mesmo refletido naquela tela de
cinema. Claro como água. O filme que falava da diferença entre homens e
mulheres provou que somos mais parecidos do que pensamos. Somos mais
que testosterona e estrogênio. Somos mais do que nós mesmos
acreditamos ser. À vista disso ele nunca mais foi o mesmo. Tornou-se cidadão do
mundo desde então. De um mundo habitado por todos. Todos nós.
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