GALOS, NOITES E QUINTAIS
Nunca mais a tua pele sobre a minha e a minha pele sobre a tua. Nunca mais o teu lábio rente ao meu e o meu lábio rente ao teu. Nunca mais “Amor Imbatível Amor”, — da Joana de Angelis. Nunca mais o teu corpo no meu, meu corpo no teu, sob o cobertor. Nunca mais citações do tipo: “Vive de tal forma que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade, e não deixes ninguém afastar-se de ti sem que leve um traço de bondade, ou um sinal de paz da tua vida”. Nunca mais ouvir de ti: “O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece”. Nunca mais Fernando Pessoa. Nunca mais aquela prosa à toa. Nunca mais Amelinha. Nunca mais Belchior. Nunca mais contar estrelas. Nunca mais o nascer da lua. Nunca mais a minha mão sobre a tua: ou a tua sobre a minha. Nunca mais ver-te nua. Nunca mais Carlos Drummond de Andrade. Para falar a verdade, nem partiste e já sinto saudade… Por isso entrego minh’alma para caridade. Pois nunca mais a tua liberdade na minha liberdade… Nunca mais jazz. Nunca mais… Aqui jaz: o amor de dois mortais.
— Voltas logo?
— Volto logo que der.
— Então quando voltares, traz-me rosas brancas. Pois quero fazer-te um chá e com ele lavar-te-ei os pés.
— Trazer-te-ei muito mais. Terás de mim corpo e alma e coisas e tais.
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