ÁGUA VIVA


Era uma goteira na torneira da cozinha, onde um filete d’água insistia em cair sem sessar. Havia um copo para aparar a água. Vez por outra o copo enxia. Aí alguém ia lá e esvaziava o copo d’água. Era assim o dia todo. Goteira, copo d’água, e a mão amiga para esvaziar. Às vezes era ele, outras ela, eu também ajudava. Tinha até gente que vinha de longe; visita, que de quando em quando corria até a pia da cozinha para o copo ensecar. Éramos solidários com a dor daquela torneira: que chorava, chorava. Eram lágrimas sofridas. Lágrimas de dor. Um dia trocamos a carrapeta e a torneira parou de chorar. Ainda me lembro de amparar gota a gota. Gota a gota sem sessar. Agora a torneira não chora. Agora na pia é só alegria. Até o canto dos pássaros ouço reverberar pelos quatro cantos da casa. É a felicidade de volta ao lar.

Moral da história:

Amor é sentimento que transborda.


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