PARDON
Eu recebi uma carta de uma criança com câncer. Ela me pedia um carrinho de madeira. Disse que passasse no hospital e levasse o presente. Eu fui. Chegando lá, o menino recebeu-me com o sorriso no rosto. Contou-me que tinha lido um poema meu, e o guardara no peito, como se fora seu. Confessou-me que só ficara vivo por isso: para me conhecer. O carrinho era só um pretexto. Passava o dia inteiro no leito: não teria onde brincar. O chão do hospital por mais limpo que fosse: era sujo. Não haveria porquê, uma criança nessas condições, ficar arrastando-se no assoalho, arriscando-se a pegar uma infecção hospitalar. Ele estava muito fraquinho. Parecia um fiapinho de gente. Prometi que o visitaria todos os sábados. Quando pudesse: traria uma pipa. Caso quisesse: traria um violão. Mas não deu tempo. No sábado seguinte, lá estava eu, chorando.
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