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O PRIMEIRO TABLET A GENTE NUNCA ESQUECE

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Em meio ao calor senegalês que invade Barcelona nessa época do ano, saí para pegar meu Tablet na loja. Fico impressionada com essa urgência que a tecnologia imprime na vida da gente. Tudo hoje em dia é para ontem. A cada segundo lançam uma coisa nova. A criatividade desse gente  parece não ter mesmo limites. A impressão que dá é que a gente já nasce com o prazo de validade vencido. E eu que sou uma mulher do século passado, que já vivi guerras pessoais e coletivas, que me casei e acabei de me separar, que estive e deixei de estar, que tive filhos e os criei para o  mundo, que menstruei, e agora vivo na menopausa; o outono da minha existência, fico equilibrando-me entre o start e o pause – abolindo o supérfluo, e fazendo do necessário, o chip nosso de cada dia. E que calor é esse? Não sei se é a menopausa que está me deixando superaquecida, se preciso de reposição horm...

ACRÓSTICO DRACOGRIFO OU DRACOGRIFO ACRÓSTICO?

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B om seria se todos nos amássemos, E ntendendo que de fato somos todos iguais. T udo seria muito mais fácil. T ransformaríamos vidas, O ntem, hoje, amanhã   e depois do depois de amanhã. B endito seja aquele que faz do amor a sua condição   de vida, A bençoado seja aquele que sabe amar sobre todas as coisas, R aríssimas vezes sofreria aquele que vivesse em nome do amor, Q uintessenciaria a matéria e o espírito, U nindo o profano e o sagrado num só   corpo, I ndicando o caminho para uma sociedade melhor, N aturalmente justa e boa, N ão   olvidando jamais que só   é   feliz nesse mundo aquele que sabe que não   é   desse mundo.       CONTACT BETTO BARQUINN: curtacontos@hotmail.com ACRÓSTICO ...

C'EST TOUT LA MÊME CHOSE

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Indo direto ao pulcro, a chuva veio e somada à causas naturais e ao descaso dos governos, arrastou casas, carros, animais e vidas. Muitas vidas. Pobres e ricos: entre mortos e feridos, ceifaram-se todos. Ou quase todos. Assim caminha a humanidade …  Pois, não.  Esta crônica é dedicada às vítimas das chuvas em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis; em 2011, assim como, àqueles que passaram por catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. E a todos nós, que perdemos, filosoficamente, de tempos em  tempos,  —  nossos entes queridos. " Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente."  (Chico Xavier). Quando se perde um ente querido, ou melhor dito, quando nos separamos deste temporariamente, a gente fica em suspenso — com o corpo e  a alma extremamente devastados. É uma dor que a nenhum adjetivo plausível se consegue chegar. A vida é assim… A gente cresce sabendo que tem q...

TODO MUNDO AMA O ANO NOVO!

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Era véspera de Ano Novo e todo mundo estava na expectativa do que viria após a queima de fogos. O reino de Iemanjá estava em festa. E  os súditos traziam-lhe palmas na palma das mãos. A chegada do Ano Novo sempre representa esperanças em bolhas espumantes. Casa nova. Vida nova. A chegada de um novo amor com cheiro de carro  novo. Um novo ano é cheio de perguntas e poucas respostas. Pois seja o que for que se projete, se dará com o passar do tempo. Só o futuro dirá… Por isso é preciso trabalhar muito, acreditar muito, ter muita fé, amar demais, e deixar o barco correr rumo ao mar do desconhecido  —  repleto de oferendas para Iemanjá. Um novo ano é sempre um recomeço. Deve ser por isso que as pessoas vestem o branco da  paz, o vermelho da paixão, o verde da esperança e o amarelo da fortuna. Cada cor representa um desejo. Cada desejo representa uma cor. Mas sabemos que a felicidade não nasce em garr...

SORRY

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Secret... Ou… Madonna. Ou ainda… Rainbow. Ou, quem sabe… Clap Your Hands! Terezinha acordou vintage de brechó de quinta, vestida com um “chanelzinho” costurado com glitter – comprado na 25 de março. Do alto da sua anorexia nervosa, sentia-se bonita e gorda feito uma porca. Repaginada feito um canteiro de obras, customizada até o quinto dos infernos; chorava. Uma plástica agora seria ouro sobre azul – pensou. Ledo engano... Uma plástica agora seria à morte. Afinal, depois de mexer tanto no rosto, quando olha-se no espelho nem sequer se reconhecia. Horas parecia-se com a Madonna. Em outras, Rita Hayworth. De perfil, Angelina Jolie. De vez em quando, Brad Pitt. Em muitas, Marilyn Monroe. E na maioria das vezes – com a macaca Cheetah. Ficava meia dia se maquiando, tentando encontrar a si mesma debaixo daquilo tudo. Parecia cada vez mais jovem, embora passasse dos cinquenta e oito anos e meio. Todos diziam que apesar da idade, ela estava bem conservada. Ao ...