MARIELLE, PRESENTE!
Acróstico em homenagem à Marielle Franco:
Mesmo que se entenda que a morte faz parte da vida,
A dor que se sente quando alguém morre de morte matada, e não de
morte morrida,
Rasga a gente por dentro, e por fora, feito navalha na carne,
feito espinho de banzo na alma,
Inevitável é, ter o espírito revirado ao avesso, como quem foi
submetido aos maiores sofrimentos impostos à alma humana,
Eis a questão que destrói muitas vidas,
Levarem de nós a esperança,
Levarem de nós o direito de sermos, de pensarmos, de nos
expressarmos, de vivermos, de sobrevivermos, de existirmos.
Esse é o mal do Brasil: calar a voz da verdade; matar sonhos
coletivos.
Faz frio no coração de quem perde alguém que ama,
Ruas e praças e parques e becos e RIOS ficam vazios,
A mão armada é uma arma: vivemos num país que mata.
Nunca houve democracia no Brasil: República, nem pensar. O
feudalismo, o caudilhismo, o clientelismo, o golpismo, o feminicídio, o
racismo, a negrofobia, a censura, e a ditadura, moram aqui.
Como explicar a uma menina que no Brasil mulheres são
assassinadas?
Ora, no Brasil, senhoras sociólogas, acadêmicas, mulheres,
negras, transgêneros, feministas, donas de casa, empregadas domésticas,
profissionais liberais, lésbicas, heterossexuais, mães, esposas, faveladas,
militantes dos direitos humanos, políticas brasileiras; alhures e algures:
mulheres a quem não se bate nem com uma flor, morrem de morte matada, e não de
morte morrida.
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Homage to Marielle Franco:
Even if we know that death
is part of life,
The pain we feel when a
woman is murdered,
It hurts us from the inside
out, like a razor in the flesh, like a thorn in the soul,
It is inevitable that the
spirit will stray, as if submitted to the greatest sufferings imposed upon the
human soul,
This is the question that
destroys many lives,
They have taken from us the
hope,
They have taken away the
right to be, to think, to express, to live, to survive, to exist.
This is the evil of Brazil:
they silence the voice of truth; they kill collective dreams.
It is cold in the heart of
those who lose someone they love,
Streets and squares and
parks and roads and rivers are empty,
The armed hand is a weapon:
we live in a country that kills.There has never been democracy in Brazil:
Republic, it does not exist. Feudalism, caudillismo, patronage, coup,
feminicide, racism, blackphobia, censorship and dictatorship live here.
How to explain to a girl that in Brazil women are
murdered?
In Brazil, sociologists, academics, women, blacks,
transgenders, feminists, housewives, professionals, lesbians, heterosexuals,
mothers, wives, the poor, human rights activists, Brazilian politicians; in
other places and everywhere: women who should not be molested with a flower,
die daily murdered.
We
are all Marielle Franco! ™ © copyright by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2018
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