TRUE LOVE WAYS

- janeiro 19, 2014

Com um pé em Kiev e outro em Barcelona:

— Acaso o amor é a Basílica de São Pedro? — perguntou-me um vendedor de churros no Parque Güell, aos pés da Obra de Gaudí. — Quiçá! — respondi. — Mas o amor pode ser Angkor Wat no Camboja, certo? — Certo — anuí. — Você acha que o amor se parece com os templos hindus na Índia, seja ele Sri Ranganathaswamy, Akshardham ou Thillai Nataraja? — Pode ser… — aquiesci. — No entanto creio que o amor é um templo do Islã. O amor deve ser a Mesquita Al-Haram ou a Mesquita Al-Nabawi ou a Mesquita Istiqtal, concorda? — Concordo — admiti. — Minha mulher diz que para ela o amor é um templo budista. Ela, que nasceu na Indonésia, afirma que o amor é Borobudur. Embora às vezes garanta que o amor é o Pagode Shwedagon, erguido em Rangum, na Birmânia. Todavia, hoje ela tentou me convencer que o amor é o Templo do Cavalo Branco na China. Entretanto, voltando ao cristianismo, ainda penso que o amor é a Basília de São Pedro na Cidade do Vaticano. Contudo, há a Basílica de Nossa Senhora Aparecida no Brasil e a Basílica de Nossa Senhora da Paz na Costa do Marfim… Fico em dúvida, sabe. Porventura o amor é uma sinagoga? Eventualmente acho que sim. Quando estou em Nova York digo que o amor é a sinagoga Emanu-El. Mas se vou à Hungria, me convenço que é a sinagoga de Budapeste. Porém, lá em casa sou voto vencido… Meus filhos garantem que o amor é a Grande Sinagoga na República Tcheca. — O que você pensa sobre isso? — indagou. — Para mim o amor é o pajé em sua pajelança, a mãe de santo e seus Orixás, a cúpula e o minarete da Mesquita Abdur Rahman no Afeganistão, O Muro das Lamentações, o Santíssimo Lugar; onde era guardada a Arca da Aliança, e tudo que nos leva a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Essa é a minha opinião: o amor é Deus — outorguei. Ele concordou comigo, ali nos despedimos, e cada um seguiu viagem para o seu lugar no mundo. O meu é a Ucrânia. E o dele, a terra de Miguel de Cervantes, Dom Quixote e Sancho Pança.