MINHA VOZ, MINHA VIDA
Eu tive um sonho silencioso esta
noite. Nele eu desaprendia a falar. Ficava horas debruçado em um palanque, e nenhuma
palavra para contar história. Nem meu nome eu conseguia dizer à platéia. Era eu
o orador mais calado do mundo. Foi um sonho angustiante: quase um pesadelo dos
irmãos Grimm. Só não foi pior do que aquele em que eu desaprendia a escrever.
Ficar em silêncio defronte à humanidade, eu
aguento: mesmo sendo tão barulhento. Mas não me deixem ficar sem o meu
instrumento de trabalho: que é a caneta e o papel. Sem ele, sou um pássaro sem
asas, um tigre sem dentes, um cachorro que não late.
Como alguém desaprende a falar?
Como alguém desaprende a escrever? Existe curso para isso? Quanto custa? Quem
vai querer pagar para esquecer o que sabe? Mas atenção: não estou falando de
fisiologia, muito menos de bens inatos.
Acho que o inconsciente está
querendo me dizer alguma coisa. Só espero que não seja aquilo que estou
pensando.
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
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