ALEXANDRE
Certa vez no alvorecer da minha
infância, conheci um homem que diziam que em noite de lua cheia virava
lobisomem. Eu achei estupidez. Por que alguém que pode ser qualquer coisa, como
um cadeira ou um aquário, vai querer ser lobisomem? Talvez por necessidade. Ou
porque não tem escolha. Ou quem sabe por maldição. Mas quem pode ser condenado
por ser o que é? Ele nasceu assim: isto é, se for mesmo lobisomem. Logo, não é
culpa dele. Se não faz mal a ninguém, por favor, deixem o homem em paz! Que
uive nas montanhas do imaginário coletivo, que cubra seu corpo de pelos, que se
embrenhe no mato e passe as noites em claro. É assim que ele é: caso seja
lobisomem. Da minha parte, aprendi a amar aquele homem. Amei-o tanto, que em
uma noite de lua cheia no escurecer da minha infância, abri os braços e clamei
ao céus: “Deus, quando crescer, quero ser lobisomem”.
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