Carlos Alberto Pereira dos Santos Literatura Brasileira

A   minha periferia   é   o mundo. Mas a minha favela   é   o Brasil. (Betto Barquinn) Todo s á bado é dia de mutir ão aqui na Favela Brasil. Quem é de constru ção traz areia, cimento, tijolo, pedra, concreto, vergalh õ es, argamassa, carrinho de pedreiro, elementos vazados, clarabo ias, escadarias, betoneira, estribo de a ç o, gesso, coluna de a ç o, sapata de a ç o, tela de a ç o, arame, cimento branco, cantoneira para reboco, calha de piso em PVC, canos, escadas de madeira, pisos interiores e exteriores, impermeabilizantes, mantas asf á lticas, fossas, cisternas, balaustre, tubos e conex õ es, grelhas, ralos, conjuntos, v á lvulas e flex í veis, tintas, tamp ão de ferro, telhas, portas e janelas, revestimentos de parede, caixa d ' á gua, cubas, filtros, gabinetes, torneiras, misturadores, lou ç as, assentos, boxes, duchas e chuveiros, pias, cubas, caixas de correio, porcelanato, pastilha, revestimento interno e externo, acess ó rios piso e parede, fios, cabos, equipamento

A minha periferia é o mundo. Mas a minha favela é o Brasil. (Betto Barquinn) Todo domingo é dia de festa aqui na Favela Brasil. Quem é de churrasco traz a carne. Quem é de comida baiana traz o vatap á , o acarajé e o bob ó de camar ão . Quem é de macarronada traz o molho de tomate e o queijo ralado. Todo mundo ajuda como pode. E o regabofe n ão sai pesado para ningu é m: O rateio é a alma do neg ó cio! A gente passa o chap é u, passa a sacolinha, e voil à: A festa n ão tem hora para acabar! Tem at é a turma do contra, que diz que n ão vai, que se for vai chover, que se chover n ão vai dar certo, mas na hora ag á  todo mundo aparece. Tem o pessoal do sacol ão que comparece com o feij ão preto, a carne de boi, a costelinha de porco, a carne seca, a carne de porco defumada, a orelha de porco, o rabo de porco, o p é de porco, o lombo de porco, o focinho de porco, o paio, a linguiça portuguesa, a linguiça cabanossi, a linguiça calabresa, a lingui ç a temperada com alho, o al