Carlos Alberto Pereira dos Santos Literatura Brasileira

La papeterie de l'avenir: O futuro é uma folha de papel amassado, cujas marcas (os amarrotados) representam o passado. Ao ser aberto, o papel lança mão do lápis (ou da caneta), e escreve ali mesmo (em si mesmo), a sua autobiografia. Logo, o papel já não está mais no passado (amarfanhado), e o presente (desamolgado), agora é o futuro (instaurado). O futuro é uma folha em branco, do qual o papel (reciclado); agora desamassado, tem algo  a dizer: Escreva em mim que eu escrevo em você. Ou melhor: De ora em diante; endireitado, só resta ao papel prescrever: O futuro bate à sua porta, baby. Abra. Você não irá se arrepender. Isto é: Seja como for, faça amor. Feliz Ano Novo.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com SEJA COMO FOR™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

When love is a butterfly: —  Por que o amor da minha vida, com tanta gente no mundo, foi se apaixonar justamente por mim? —  Merecimento. —  E o que faço com tudo isso aqui dentro? —  Viva. —  O amor é coisa esquisita, pinica. —  Eu sei. Desde que lhe conheci, sinto um não sei o quê em meus adentros. Uma coisa me belisca: feito um rebuliço no estômago; como se a vida me dissesse que há borboletas voando dentro de mim. Um frio na espinha, sabe. Um calor senegalês que me avermelha a tez. Um carnaval de confete e serpentina, que me ilumina. Uma máquina me rebobina. Coisa assim. —  E isso é amor? —  Com certeza. CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com DIA CLAREAR™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

“No, no, no, no way I'm livin' without you”: — O que é o natal? — perguntou o profano ao divino. — O natal é o nascimento do Cristo, — respondeu-lhe. E quem é Cristo? — indagou o profano. — Cristo é uma casa cheia de portas e gavetas, salas e jardins, estantes e livros e quadros e criados-mudos. — Como assim, uma casa?! — Isso mesmo. Cristo é o lar. E o que é o lar senão o lugar da família, do amor, do aconchego, da paz, da união? A pergunta era retórica, o profano entendeu que não precisava responder. Posto isto, o divino continuou. — Cristo é um pouco de tudo que há no mundo. Ou melhor, é um pouco de tudo; de cada coisa; de cada um de nós. Todos os anos, temos um encontro marcado com Ele, em 25 de dezembro. Isso não quer dizer que não possamos chegar antes. Aliás, isso quer dizer que devemos estar com Ele todos os dias. Já que o Cristo é um lar, somos a morada d’Ele também. Se Ele é nossa casa; e como eu disse, Cristo é tudo e todos o tempo todo, en tão estamos n’E

Entre Coéforas e Andrômaca: Eu percorri mil léguas sesmarias sob sol escaldante. Depois de dois dias e duas noites, a sede era para mim o véu sob o céu. Eu tive ganas de desistir, de abortar a caminhada, mas a vontade de viver era mais espessa (e urgente) do que a possibilidade da morte. Então fiz dos meus calcantes, asas: e dei a volta ao mundo. Quando parei, não sei se depois de polegadas, pés, jardas, milhas, milhas náuticas, milímetros, centímetros, metros, quilômetros, palmos ou léguas marítimas; cansado, — era como se caminhara cem mil vezes três mil braças. Havia uma montanha em minha parada. Atrás, um monte. Após, um copo d’água. Não entendi a imagem, nem o que um cálice cheio d’água até a borda, fazia atrás de uma montanha depois do deserto. Meus dias foram jogados de um canto a outro até então. Aquilo que eu chamava de vida (ou achava que era viver) nada tinha a ver com a sensação daquela água escorregando da taça para os meus adentros. Nasci de novo naquele in

Há torrões de açúcar no mar: Meu coração está onde minh’alma está: lejos de aquí. Ter-lhe e não lhe ter é como varrer areia no deserto. De certo, há mais em mim do que você vê. Entretanto, se é um lago que você enxerga, é um lago que sou. Sei que não estive certo. Confesso que falei demais. Disse coisas que não se faz. Fiz peça que não se diz. Quebrei o nosso vínculo em mil pedaços. Afrouxei o laço. Enfraqueci. Mas, entenda. Por favor, entenda. Fiz o que fiz por amor. Disse o que disse por desperança. Era você ali com a mão estendida para outra pessoa.  Era o adeus nos braços de outro.  Era o início de um fim que não havia saído do começo. Sei que provoquei o tropeço. Podia ter sido mais flexível. Maleável. Inquebrável. Devia ter ficado calado. Sei que estou errado. Contudo, peço que volte. A sua casa é aqui.       CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com IT’S EASY™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014

Beautiful, light and loose: O Aleph. José Luis Borges. Picolé de limão. Sofá Luiz XV. Cobra d’água. Fim de semana. Gone with the wind. Vivien Leigh. Mar. Pneumático. Blow Job. Andy Warhol. Borboleta. Azul turquesa. Chiclete de mate. Esmalte. Recamieres.           CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com NICE AND SLOW™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Coisa que se diz quando não se tem medo de ser feliz: Sabe por que me decidi casar com você? Porque quando você me olha, eu vejo um brilho tão grande nos seus olhos, que me faz por alguns instantes enxergar a sua alma. Eu te amo porque nunca vi isso antes. Eu te amo porque acredito piamente que ambos temos o mundo inteiro para conquistar. Mas quando penso em vitórias e conquistas, só há uma pessoa em todo o mundo que eu quero que esteja ao meu lado: você.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com SOMETHING™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

The man, birds and fish: Como o tic-tac de um relógio, ele chegava sempre às cinco. Sentava-se no mesmo banco da praça. Jogava milho aos pássaros e migalhas de pão no lago dos peixes. Um dia ele não veio. Perguntei a um e a outro o que havia acontecido. Disseram-me que ele caíra no lago por acidente. Então, os peixes achando que ele era migalha de pão, comeram-no.  Os pássaros ficaram arrasados. Tristes de doer. Desiludidos; cansados dessa vida de voar e siscar,  —  jogaram-se no mesmo lago que ele acaba de se atirar. Dizem que agora, os peixes que vivem lá, são meio homem meio pássaro, sem deixarem de ser peixes.      CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com TICKET TO RIDE™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

O segredo de Jonas: Está bem … eu lhe conto o meu segredo se você me contar o seu. Quando eu tinha nove anos, dei a volta ao mundo em um balão. Tenho certeza que era vermelho, mas não sei. Quando desci do balão, caí na boca de uma baleia. Foi ela que me fez dar volta ao mundo para encontrar você. A baleia era vermelha como um balão.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com THE LONG AND WINDING ROAD ™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Garçon ou une fille? Quando criança, ele gostava de brincar de boneca. Mas sua mãe, dizia: “Boneca é coisa de menina, não de menino”. Logo, ele largava a boneca, e corria atrás de um menino. Quando cresceu, virou uma boneca. Descobrira, havia algum tempo, que nem sempre meninos são meninos e meninas são meninas.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com METAL CONTRA AS NUVENS™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Something about Ella: Ella dizia que o amor é um lago, daqueles que a gente mergulha até ficar submerso. Um lago de águas claras, mas profundas. Ella dizia que o amor é uma borboleta colorida. Porém, segundo ela, o segredo é amar sem esquecermos que já fomos lagarta. Ella dizia que o amor é papel de parede. Florido. Serve para tapar as paredes feias e mau cuidadas das artérias do nosso coração. “Amor também é infarto do miocárdio”,  —  diagnosticava. “Quando ele acontecer (o infarto), o que nos resta é morrer com dignidade”,  —  sentenciava.   Ou melhor: Quando ele acontecer (o amor), o que nos resta é viver com serenidade.                CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Diário para Bárbara Lucena: Não sei. Realmente, não sei. Você sabe? Eu não. Se você sabe, eu não sei. Não sei porque há preconceito, se somos todos iguais. Não sei porque as pessoas mentem, dizendo que são o que não são. Não sei porque as pessoas mentem, dizendo que sentem o que não sentem. Não sei porque tem gente que é incapaz de amar. Não sei porque quanto mais sei, nada sei. Não sei. Realmente, não sei. Você sabe? Eu não. Se você sabe, eu não sei.                 CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com EU SEI™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Wounds & scarring: Hoje acordei com aquela sensação de que nada é bom. Nada presta. Então pensei que o que me resta é chorar. Porém, enquanto contava um a um os meus fracassos, abri um largo sorriso: e o que era dor me enlevou.                       CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com PERFEIÇÃO™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

O amor que não é amor, acaba: Acerca de mim, perguntas. Acerca de ti, respostas inviesadas. Acerca de nós: coisa alguma. Nós que já fomos tão falantes, hoje experimentamos o silêncio. Absoluto.                    CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com O MUNDO ANDA TÃO COMPLICADO™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Peças quebradas no computador: Quando a gente começa um relacionamento, tem a impressão de que tudo que viveu de ruim no passado, ficou para trás. Aí a gente descobre que o passado só estava adormecido. Morto temporariamente. Enterrado com os pés para fora. Nesse caso, quando o passado acorda (ou ressuscita ou reencarna), ele volta mais forte do que nunca. Hoje fui revisitado pelo passado e não gostei do que vi.                  CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com SE FIQUEI ESPERANDO MEU AMOR PASSAR™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Reflections: Deve ser um grave defeito. Mas não sei ser de outro jeito. Eu só dou ao outro o que o outro é capaz de me dar.                CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com UM DIA PERFEITO™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

Quando Clarice acontece: Hoje revisitando "A Descoberta do Mundo", o livro de minha amada Clarice Lispector, abrindo-o aleatoriamente, eis que minha musa fala comigo:  “… sem nenhum acontecimento me provocando, sem nenhuma expectativa, de tarde, esta tarde, eu, aplicando-me na caligrafia como uma criança de escola, eu, também uma das freiras que costuram, em labor de abelha bordo a fio de ouro: Viva Hoje.” (Que viva hoje, Lispector, Clarice). Já que é assim, quando Clarice fala comigo, eu me calo e obedeço. No final da festa, o que resta é ser feliz. FELIZ.                    CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com SÓ POR HOJE™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2014 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS