ILHA DAS FLORES

- setembro 25, 2013

O modo de produção capitalista e a exploração do trabalho:

Assistindo ao documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, filmado em Porto Alegre em 1989, entendemos que os esforços que o ser humano emprega para manter-se vivo (processo definido por Marx como circulação simples: mercadoria–dinheiro-mercadoria / M-D-M; e já que precisa trabalhar para viver, o ser humano troca a sua força de trabalho pelo dinheiro e o dinheiro pela mercadoria / D-M-D; e como precisa de mais dinheiro para adquirir mais mercadoria, acaba trabalhando mais e gerando mais dinheiro; a diferença entre o capital inicial e o capital final é definida por Marx em sua Obra ‘O Capital’ como mais-valia), utilizando o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor (em uma sociedade como a nossa: capitalista, e por si só, altamente desigual) acabam indo para o lixo. Como bem disse Moacyr Franco em uma de suas magníficas composições, interpretada por ele e pela não menos magnífica Rita Lee, cuja citação é homônima ao título da música: “Tudo vira bosta”. Donde se conclui: Este círculo vicioso só acaba com a morte (do cérebro, obviamente).

Ainda bem que o espírito (o indivíduo) sobrevive a morte do corpo. É o espírito (no sentido metafísico e metafórico) que nos ensina que sempre há tempo para recomeçar: uma nova sociedade, um novo jeito de pensar. A vida não é só nascimento, crescimento, reprodução e morte. E sim o antes, o durante e o depois de tudo isso.

Que me perdoem os materialistas, mas a vida não começa no berçário nem termina no caixão.

Somos seres humanos. Ou seja, temos habilidades cognitivas. Não precisamos repetir fórmulas arcaicas, muito menos ser fantoches de paradigmas retrógrados. Pois não nascemos papagaios. Portanto, somos capazes de escrever (e reescrever) a nossa própria História.

“O ovo frito, o caviar e o cozido, a buchada e o cabrito, o cinzento e o colorido, a ditadura e o oprimido, o prometido e não cumprido, e o programa do partido, tudo vira bosta…”