O PASSAGEIRO

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O insofrido:

Eu não sofro nem me deixo sofrer. Deve ser de minha natureza. Herança de meus ancestrais. Pois nenhuma dor me atinge. Nem dor de vida nem dor de morte. Física ou espiritual. Não há em mim qualquer  condoimento. Nem amargar de ódio nem tormento de amor. Tenho a saúde resistente como grafeno e carbino; boa memória; minha mente voa. O que não sobrelevo é dor d' alma. Nesse caso me esboroo. Depois me reconstruo. Como um enigma inconcluso, em mim não há fragmento. Sou um espírito anoso. Já vi tanta coisa nessa vida que nada mais me espanta. Sinto abalos n'alma, eu sei. Mas dor, dor, eu não sinto.


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O PASSAGEIRO™ © copyright by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015
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Comentários

  1. Claudia da Silva8 de fevereiro de 2015 às 06:44

    Blog lindo Barquinn! Os textos são incríveis! Parabéns!

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