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Mostrando postagens de janeiro, 2015

MAD WORLD

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Inquietude: Todo preconceito é deletério. A igualdade está no meio termo.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com MAD WORLD™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

HEAL THE WORLD

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Urgência moral latente: Solidariedade seria dar ao outro o melhor de si mesmo? Pois é a urgência urgentíssima mais urgente que há.      CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com HEAL THE WORLD™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

PERTO DO CORAÇÃO

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L'amour est une boîte à surprises: Não vou esperar o amor sentado no sofá da sala. Por isso decidi eu mesmo pegar o amor pelo braço. Assim, tomei banho; coloquei roupa nova; passei perfume balsâmico-amadeirado; escovei os dentes e saí. O amor mora em uma casa pequena. Em uma rua sem saída. Pois, toquei a campainha. O amor chegou à porta. Abri-lhe um largo sorriso. O amor abriu-me de volta. Entrei e fiquei. Não dissemos uma palavra. Beijamo-nos, por fim.     CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com PERTO DO CORAÇÃO™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

YOU’RE A FRIEND OF MINE

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Arvorecer: Não sei se era amor o que eu sentia. Só sei que me dava ganas de escrever poesia. E quando isso me acontece, como agora: feito esse amor que não sei se era amor; embora fosse, — já que sinto-o hoje como sentia-o outrora. Logo, quando a inspiração me arvora e me enflora, eu escrevo. Pois, como previa, era amor o que eu sentia quando me dava ganas de escrever poesia.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com YOU’RE A FRIEND OF MINE ™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

MINHA CASA

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Marulhar: Sem que vivesse precisamente na solidão, era como cão sem dono. Tal qual árvore que vive sem raiz; como alegria infeliz; feito ar que se enjeita ao respirar. Era como bala perdida, espasmo de dor sentida, aceno de despedida, machucado; cicatriz. Era o sim e o não, o ‘quem sabe’ e o ‘talvez’, o ontem e o hoje, o amanhã e o depois: grão de arroz. Dizia que se apaixonar era pior que bulir em vespeiro de cobra. “Paixão é casa de maribondo. Paixão é enxame de abelhas. Paixão é terra que não se planta, pois deixa o coração baldio” – emitia. Para si, o único sentimento palatável era o amor. O resto eram sobras. E de sobras,  —  expunha,  —  não se vive: a menos que se queira morrer.   Eu não sei quem foi, quem era, porque dizia essas coisas. Acredito até que de si, sabia bem menos do que eu sei de mim mesmo. Talvez tivesse vivido de graça. Quem sabe pode ter morrido e virado fumaça. Certamente nunca soube quem foi Ernest Hemingway, Charles Dickens, Gustave Flaubert, V

ESTADO DE POESIA II

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Por ti a Deus rogo uma prece: Há dia que acordo com desejo de casa, de abraço, de beijo e de laço. Há dia que acordo com alvedrio de chamego, de aninho, de gasalho, de amparo, de proteção. Há dia que acordo de dentro para fora, como se o aqui e o agora, fossem mais importantes que o antes e o depois. Há dia que acordo com os braços estendidos, com os olhos compridos, com o coração rebento. Há dia que acordo com líbito de amor, com nução de calor, com  arbítrio de flor : meu beija-flor. Há dia que o sol se levanta, e o que há em mim se agiganta, como se minh’alma se alimentasse de tudo e de todos o tempo todo. Há dia que acordo almejando colo; não por exiquidade, mas por querer: meu bem-querer. Há dia que acordo com mercê de Fernando Pessoa, Adélia Prado, Álvaro de Azevedo, Castro Alves, Pablo Neruda, Manuel de Barros, Ferreira Gullar e Clarice Lispector. Há dia que acordo com vontade de João Cabral de Melo Neto, Cora Coralina, Cruz e Souza, Charles Bukowski, Cecília Meirel

MODINHA

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Coisa que perguntaria a um menino se eu fosse um gato: Será que uma caneca sabe que é uma caneca? Será que a bicicleta sabe que é bicicleta? Será que o abridor sabe que é abridor? Será que a dor sabe que causa dor? E se sabe, sabe o que é sentir dor? Isto é, será que a dor sabe o que é dor? Ou melhor, será que a dor sabe que é dor? E o moinho, sabe que é moedor? Será que o passarinho sabe que é passarinho? E o ninho, sabe que é ninho? E a gaiola, sabe que engaiola? Será que a casa sabe que é casa? Será que o lar sabe o que é um lar? O amor sabe conjugar o verbo amar?  Hoje miei para um menino e ele miou de volta.   CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com MODINHA™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ

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A vida sob a ótica de um abridor de latas: Ele era um abridor de latas. Desses que a gente pendura em um prego na cozinha ou guarda na gaveta de talheres. Era recentido, o mísero. Ficava chateado quando usavam-o para descerrar um recipiente feito com folha-de-flandes com salsicha, massa de tomate, ervilha ou milho em conserva dentro. Para ele, que via em si muitas outras utilidades, era uma perda de tempo sair mordendo a face de um flandes, rasgando de ponta a ponta o seu rosto, e ser colocado de volta em um tacha na taipa sem a menor cerimônia. Ele era um abridor de latas sentimental. Amava João Gilberto, Baden Powell e Vinicius de Moraes. Gostava de imaginar o que há do outro lado da janela: de poder ir lá fora e conhecer o mundo. Mas o seu firmamento era um universo moribundo. Resumia-se à superfície da cozinha. Defronte a ele, na outra parede, morava um espelho. Nele, o abridor se via. Via-se e não gostava do que via. Achava-se estranho demais. Via em si uma peça obs

ATÉ EU

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Quando os anjos dizem amém: Hoje o amor parou-me na rua. Estava com os calcanhares virados para frente, e os dedos dos pés voltados para trás, feito Curupira. Disse-me algo inaudível, que só depois de algum átimo, consegui decifrar. O amor exprimiu que a muito vinha me procurando, zurzindo de umbral em umbral: minutos e dias e meses e anos em uma busca constante até me encontrar. No presente o amor me trouxe uma pashmina de presente. Desculpou-se por ter estado ausente, confidenciou-me que amor é sentimento que não tem início nem fim, e que por um bocado de causalidade; logo ele, não sabia amar. Precisou correr meio mundo e dar volta inteira no globo e cambalhotas no cosmos e pulos no firmamento e piruetas no universo em busca de um milagre que trouxesse o amor de volta para casa. Ou seja, para os adentros de si. Hoje o amor me fez sorrir. Contou-me uma ou duas piadas, correu até a cozinha e assou um bolo, fez café, pão de queijo, suco de lichia; em seguida foi à rua e

LET´S DO IT (LET’S FALL IN LOVE)

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Entre a cera, a geleia real e o própolis: Ela tem os olhos da cor do mel de abelha. Há dia que eles têm o tingimento do mel de flores do campo. Em outro, mel de flores de laranja. Por vezes seus olhos têm a coração do mel de flores de eucalipto. De quando em quando eles têm a matiz do mel de Uva-Japão. Por vez, mel de abacate. Seus olhos às vezes têm a pigmentação do mel de abelha Jataí. Mas há dias em que os olhos dela amanhecem da cor do mel silvestre, entardecem da cor do mel capixingui e anoitecem da cor do mel de assapeixe. Contudo, há ocasião em que seus olhos têm a cor do mel de flores de café. Casualmente são da cor do mel de bracatinga entremeado com mel de cipó uva. Seus olhos muita vez não têm cor: são branco incolor. Entretanto, de vez em quando são amarelos. Ocasionalmente, castanhos.     De certo, entre uma tonalidade e outra, seus olhos têm a coloração do favo de mel. Por isso, quando estou dentro dela, sinto em minh ’ alma sua cor, seu aroma e seu sabor.

COMO VÊS

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Après: Ela acabara de escrever aquela que para si era a lista dos melhores filmes do ano. Primeiro elencou “Her”, de Spike Jonze; depois “Boyhood”, de Richard Linklater; após “Jersey Boys”, de Clint Eastwood; em seguida “Magic in the Moonlight”, de Woody Allen; logo “Nebraska”, de Alexander Payne; posteriormente “The Grand Budapest Hotel”, de Wes Anderson; outrossim “O Lobo atrás da Porta”, de Fernando Coimbra; ulteriormente “The Wolf of Wall Street”, de Martin Scorsese; ademais “Soshite chichi ni naru”, de Hirokazu Koreeda; ainda “Relatos Salvajes”, de Damián Szifrón; além disso “Under the Skin”, de Jonathan Glazer.   Para sair da rotina, já que em si habitava uma alma feminina, mudou de roupa e foi ao cinema.       CONTACT CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS: curtacontos@hotmail.com COMO VÊS™   © copyright   by Carlos Alberto Pereira dos Santos 2015 TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS                            

I’LL GO ON LOVING YOU

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Três tigres tristes: Ele era o tigre-do-cáspio. Calcorreava e corria e perpassava e afugentava e caçava em certas regiões da Turquia, da Mongólia, da URSS, do Afeganistão e do Oriente Médio. Amava “uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel.” Um dia descobriu que a sua tigresa; que na verdade era de outro, nunca o amou. Naquela ocasião, chorou três dias sem parar. No quarto, saiu de seu covil; devorou o tigre rival; a tigresa adúltera; depois se matou. Ele era o tigre-de-java. Caminhava por Java do nascer do sol ao nascer da lua. Um dia conheceu uma tigresa que lhe “falou que o mal é bom e o bem cruel.” Ele apaixonou-se por ela, acreditou em suas promessas, descobriu que eram todas mentira, decepcionou-se e entristeceu. Quando ela foi embora, arrancando dele haveres e verossimilhanças; ele que para vencer a tristeza precisa dela, suicidou-se. Ele era o tigre-de-bali. Era encontrado exclusivamente em Bali. Um dia conheceu uma tigresa que lhe contou que foi “atriz