RUN OF THE ANGELS

Josefina de Beauharnais e Napoleão Bonaparte:

— Por quê?

— Por quê, o quê?

— Por que o amor transpassou-me a alma desse jeito? Por que o amor age em mim como um poema? Por que o amor se apresenta em forma de versos e estrofes com rima e ritmo? Porquê eu não pensava nessas coisas… Por que agora penso em casa, casamento e filhos? Por que este brilho em meus olhos? Por que penso até em lua de mel em Avignon?

— Porque o amor veio em nossa direção como uma enxurrada. Veio em águas caudalosas. Veio como divisor de águas. O amor é uma pororoca. Um macaréu. O amor é o encontro de correntes fluviais com águas oceânicas. Os opostos se atraem, sim. Mas no fundo, tudo é água. O amor é o rio indo de encontro ao mar. É o mar vindo se misturar ao rio. O amor é a união das águas. O amor é água doce. O amor é água salgada.

— E por que me sinto tão feliz?

— Porque o amor veio curar as nossas cicatrizes. Fechou as nossas feridas e nos colocou no rumo certo da vida. Agora é só alegria! Sigamos coadunados ao largo dessa estrada. O amor é pantográfico. Abre e fecha feito um leque. O amor cabe em qualquer canto. O amor não ocupa espaço. O amor é inclusivo. O amor é o amálgama que liga a alma ao espírito. Amor é amor. Seja ele qual for. O amor é. Por isso, quando houver problemas, enfrentá-lo-emos juntos. A dois tudo fica mais fácil. Lado a lado tudo é possível. Acabou a temporada das dores. Foram-se os sofrimentos. Somos um par agora. Um todo. Uma dupla. Um casal. 1+1=1. Esta é a matemática de nós dois. E eu te amo por isso.

— Você não sabe como é bom ouvir isso vindo de você. É como estar no céu entre nuvens e estrelas. Deixa eu ser a sua nuvem?

— Deixo. Você é a minha estrela.

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