BELLA SENZ’ANIMA
Retrato de Dr. Gachet:
Hoje
passei a manhã pensando: O que um artista sente diante de sua Obra? O que Van
Gogh via quando olhava “A Noite Estrelada”? Se era felicidade, por que suas
últimas palavras foram “A tristeza durará para sempre”? O que Simone de
Beauvoir acreditava de si enquanto escrevia “A cerimônia do adeus”, ao passo que a
memória arrastada levava-a aos braços de Jean-Paul Sartre? Clarice Lispector
lia Clarice Lispector? O que Machado de Assis achou de “A Mão e a Luva”, “Páginas
Recolhidas” e “Relíquias da Casa Velha”? Karl Marx reescreveria “O Capital”? Eric Arthur Blair seria George Orwell se não tivesse vivido “Na Pior em Paris e Londres” (Down and Out in Paris and London)? Não
sei, talvez. Pois quando está diante de sua Obra, o artista está diante de si mesmo.
E embora uma vez criada, a Obra ganhe vida própria, ainda reflete a imagem e semelhança do criador. Se quando olhamos o nosso interlocutor, o mesmo
olhá-nos de volta, então estar defronte daquilo que fizemos é como estar na
presença de nós mesmos. Mas como o outro (o feito) passa a ser um indivíduo,
quando fitamo-lo aos olhos, ele mira para a gênese de si mesmo. O que me leva a
crer que ao criador o que lhe apetece é contemplar-se ao espelho. E à Obra,
tomar como alvo a si mesma. Ou seja, viver é pleonasmo.
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TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS BY CARLOS ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS
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