IT'S UP 2 YOU
God Save The Humanity!
Em meio a tanto marasmo e falta de perspectiva mundiais, chega o tão esperado dia daqueles que certamente serão, o futuro rei e rainha do País de Gales: O casamento do Duque de Cambridge, o príncipe William Arthur Philip Louis, – Guilherme de Gales, – e da plebeia Catherine Elizabeth Middleton, – na Abadia de Westminster. O mundo parou para ver Sua Alteza Real casar-se com uma jovem predestinada a ser a nova princesa do povo. Desde a morte de Lady Diana em 31 de agosto de 1997, não se via tamanha euforia nos arredores do Palácio de Buckinghan: 29 de abril de 2011 – foi o dia que Londres parou mais uma vez. Lembro-me que ainda ontem assistia pela enésima vez o filme “The Queen” (A Rainha), de Stephen Frears, que deu à veterana Helen Mirren, o Oscar de melhor atriz em 2007. Brilhante interpretação, diga-se de passagem. Helen faz tão bem o papel da rainha Elizabeth II, e fica tão parecida com ela, que nos leva aos aposentos da realeza britânica, – sem que para isso precise fazer o menor esforço. E lá está a Rainha-mãe (Elizabeth Bowes-Lyon), a rainha Elizabeth Alexandra Mary (Elizabeth II ou Isabel II), o príncipe Filipe (Duque de Edimburgo), o casal Charles e Camilla Parker Bowles (Duquesa da Cornualha), o casal Charles e Diana, e os herdeiros presuntivos: William e Harry de Gales. A família real britânica, mesmo com tantos protocolos, na intimidade é uma família “quase-comum”. A diferença é que têm o Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha a seus pés (ou melhor; na sola das botas), coroa, cetro, lacaios, cerimônia do beija-mão, carruagens, Guarda Real, palácios, castelos, inúmeras propriedades espalhadas pelo mundo, jóias milenares, obras de arte valiosíssimas, dezenas de carros, barcos e aviões, bilhões de libras esterlinas, à Comunidade Britânica de joelhos, às Forças Armadas do Reino Unido, à Real Força Aérea Britânica, à BBC, o Big Bang, os Pubs, à Igreja Anglicana, o Parlamento Inglês, à Irlanda do Norte, Santa Lúcia, Austrália, Jamaica, Ilhas Salomão, São Vicente e Granadinas, Antigua e Barbuda, Papua-Nova Guiné, Granada, São Cristovão e Nevis, Canadá, Bahamas, Nova Zelândia, Barbados, Tuvalu e Belize, – o que a maioria de nós, simples mortais, jamais terá. Fora isso, a “British Royal Family”, é gente como a gente.
Depois de acordar tão cedo, no Brasil a transmissão do casamento real começou às seis da manhã, – quem pôde ficou algumas horas brincando de estátua à frente da televisão. Os súditos e os “fiscais da natureza”, vidrados! Porque o mundo anda demorando em ser tão ruím, que os “parasitas” estão apelando até para os contos de fadas. E essa comédia da vida privada (da fossa nossa de cada dia), – torna-se o pão, o circo e o ópio do povo. Um casamento como esses é como jogar pérolas aos porcos. E nesse caso, as “pérolas” foram dois bilhões e quatrocentos milhões de telespectadores em todo o planeta. Para uma sociedade acostumada a gozar com o moral dos outros, – William e Kate são verdadeiros heróis! Muito fofos, muito ricos, muito apaixonados, muito amados, muito qualquer nota.
O ser humano sonha em ser inesquecível. Queremos ser lembrados por nossos feitos históricos. Porque no dia que dominarmos o mundo e formos ricos, famosos, adorados, idolatrados, – haverá paz e amor entre os homens. Que bobagem! Muitos de nós nos esquecemos que inesquecível é todo aquele que possui um amor salva-vidas. Diariamente, desde a hora que acordamos até aquela que nos deitamos para dormir, temos inúmeras oportunidades de sermos inesquecíveis. Aquele que dá de comer a quem têm fome é inesquecível. O outro que ensina alguém a ler e escrever também. Conheço muitos que são inesquecíveis porque fazem o bem sem olhar a quem, – trabalhando gratuitamente em orfanatos, igrejas, asilos, hospitais, favelas, escolas, abrigos, sociedades protetoras dos animais, movimentos ecológicos, ONG's, grupos de combate à dengue, periferias, lixões, sarjetas... Enquanto há aqueles que são maus que nem “Pica-Pau”. Pense numa pessoa ruím... Eles são piores! O lixo humano está aí para quem quiser ver. Mas muitos preferem esconder a cabeça num buraco e varrer a sujeira para debaixo do tapete. Pessoas inesquecíveis, não. Pessoas inesquecíveis não precisam ficar paradas à frente da TV, lambendo o traseiro de qualquer monarca. Porque sabem que se desejam mudar o mundo, precisam arregaçar as mangas e fazer desse mundo – um lugar melhor para todos. A gente vive dizendo que não têm tempo para nada... Mas fazer o bem é tão simples, que pode ser colocado debaixo do braço, feito uma baguete, e levado para onde formos. Uma palavra de carinho, um conselho, uma prece, ouvir com atenção o que diz o outro, compreender a sua tristeza, a sua dor, seu sofrimento, sua delicadeza, também é uma forma de ajudar: Caridade é isso. Trocar o passeio no shopping por algumas horas de trabalho voluntário, cozinhar para os pobres, salvar alguém do vício do crack, ler para cegos, levar afeto para pessoas com câncer, com Aids, sei lá... Qualquer coisa que ajude a melhorar a vida do outro – faz toda a diferença. Will e Kate que me perdoem, mas tenho mais o que fazer! Chega de ilusão... Se a gente não segue o caminho do bem, acaba pegando o caminho do mal. Certo ou errado, cabe-nos a nós decidirmos. Eu cresci vendo esse filme, baby. Sei muito bem como ele vai terminar. Cabe a você decidir… It's up to you.
Magnífico, Betto! Cara, os seus textos são tão atuais e bem escritos, que faltam-me palavras para dissertar sobre a emoção que sinto toda vez que leio algo seu. Você é muito bom, cara! Parabéns!
ResponderExcluirAmei, Bettinho! Amei!!!
ResponderExcluirMuuuuuuuuuuuuuuito bom!!! Abs!
ResponderExcluirVocê merece toda a felicidade do mundo, Betto. Seus textos são maravilhosos! Parabéns!!!
ResponderExcluirMaravilhoso, Betto! Sucesso, querido! Sucesso!
ResponderExcluirUm grande escritor brasileiro, com certeza! Lindo esse seu It's up to you, Betto! Lindo!
ResponderExcluirLindo, Betto! Lindo!
ResponderExcluirBetto, o seu trabalho é extremamente contemporâneo. Não é à toa que você é amado por todos que conhecem o seu trabalho. E só em saber que na intimidade você é um ser humano maravilhoso, fica claro que o escritor e o ator não poderiam ser uma figura mediana. Sinto-me orgulhosa por viver num país onde mora um escritor tão competente. Muito chic! Sucesso, querido. Sucesso!
ResponderExcluirMuito bom, Betto! Muito bom mesmo! Abs!
ResponderExcluirGrande Betto,
ResponderExcluirHá tanto longe dos seus escritos, às voltas com mil coisas, hoje volto e vejo as palavras diretas e levemente cítricas sobre esse "mundão de meu Deus" em que vivemos e as idiossincrasias que nos acompanham pelas esquinas. Parabéns! Esse casamento real é fantasia, na verdade um "grande acontecimento", mas para eles mesmos. Pois é, temos mais o que fazer. "God, save the humanity!"
Grande abraço!
Afonso.
Maravilhoso, Betto! Maravilhoso!!!
ResponderExcluirSeus textos são tudo de bom, Betto! Parabéns!
ResponderExcluirVery good!
ResponderExcluirBetto, você é muito amado porque além de talentoso é tão boa gente, que o seu caráter irretocável arrebata multidões. Muito bom ser seu fã! Abs!
ResponderExcluirLendo os seus textos percebo que uma pessoa de sucesso precisa de muito pouco para ser feliz. Certamente, alguém tão talentoso como você, é feliz e sabe disso. Parabéns pelo ótimo trabalho, Betto. Você é o cara! Abs!
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