Carlos Alberto Pereira dos Santos Literatura Brasileira

Michael Joseph Jackson (1958 - 2009) Eu n ão tenho o h á bito de me maquiar. Mas hoje sem qu ê nem porqu ê , sentei-me  à  penteadeira da minha esposa, e l á estava eu, perguntando a ela como ficar branco. Maluquice da minha parte, mas a sociedade vez por outra, obriga a n ó s negros, a darmos uma esbranqui ç ada. Minha esposa, que acha tudo muito natural, at é mesmo ver o marido preocupado com coisas nada edificantes, explicou-me que com um pouco disso e muito daquilo, eu poderia ganhar, digamos, uma apar ê ncia mais branquinha. Levando os seus conselhos ao pé da letra , ap ó s tomar alguns litros de alvejante e usar hidroquinona 4%, minha makeup estava pronta.  ' Agora eu sou, sem sombra de d ú vida, um homem branco '  – pensei. Fiquei olhando-me no espelho, imaginando o que o porteiro diria se eu sa í sse assim bem branquinho, todo trabalhado no “ moonwalk ” , e passasse pela portaria dizendo que ia comprar p ão . Pensei no  s í ndico... E na mulher g

É   c a r n a v a l , É   S ã o   J o ã o , É  i n v e r n o , É   v e r ã o , O   Esquenta!   a r r e b e n t a , E m   q u a l q u e r   e s t a ç ã o ! Esquenta! Regina Cas é é  o maior barato!  Quando a gente acha que ela j á fez de tudo, Mademoiselle Cas é ressurge das cinzas, como uma F ê nix moderna, trazendo a esperança que nunca tem fim . Essa camaleoa é a cara do Brasil Legal. E aqui falo mesmo de legalidade, é tica, moral, atitude, coragem, autenticidade. Falo ainda de uma pessoa que teria tudo para ficar sentada no sof á de casa, degustando caviar iraniano com champanhe franc ê s, teorizando sobre o sentido da vida, cercada de intelectuais. Mas n ão ... Ela é pov ão! Pov ão que d á a cara à tapa, que chora, se descabela, respira fundo, enxuga à s l á grimas, coloca o sorriso no rosto, levanta a poeira e d á a volta por cima. S ó uma mulher extremamente gentil, coloca no mesmo palco, do presidente da Rep ú blica ao gar

A juventude muitas vezes é algo dolorido, como se alguma coisa dentro da gente estivesse esticando, aumentando, indo de um lado para o outro, para cima e para baixo, nos atropelando por todos os cantos.  Levando-nos para uma outra dire ção , an ô nima, desconhecida, um lugar secreto dentro da alma da gente, que a gente desconhece. Da í vem o medo, a inquieta ção , a falta de rumo. E tamb é m a dor de n ão conseguirmos ser aquilo que esperam de n ó s: à s cobran ç as da fam í lia, da sociedade, dos estudos, da profiss ão , do amor, do sexo, de uma vida cheia de frustra çõ es e culpas. Portanto, se algu é m espera o pior de voc ê , seja educado com ele. Agora, se outrem, espera o melhor de voc ê , seja educado com ele. Na pior e na melhor das hip ó teses – seja educado sempre! Agindo assim, a gente s ó tem a ganhar, e ningu é m sai perdendo. Porque quando exigimos de n ó s, e do outro, mais do que podemos dar, a gente acaba errando para mais. Não querendo ser permissivo, a gente acab